Dados do Trabalho
Título
DUPLA PARALISIA UNILATERAL DOS ELEVADORES DO OLHO DIREITO: RELATO DE CASO
Introdução
Defeitos unilaterais dos músculos elevadores dos olhos (MEO) podem ser por falha congênita inervacional, inserção muscular ou defeitos adquiridos. É sabido que a paralisia unilateral dos MEO é uma entidade rara, pouco descrita, naturalmente congênita. Sintomas são raros, e podem variar de uma astenopia a uma inclinação de cabeça ou movimentos exóticos dos olhos. Tal paralisia por muitas vezes é negligenciada, porém, quando diagnosticada em sua grande maioria, tem etiologia neural, e em menor escala, defeitos na inserção do músculo ou agenesia. Causas isquêmicas, hemorrágicas e tumorais são mais frequentes em idosos. Lesões traumáticas são comumente descritas em adultos jovens. Causas infecciosas como sífilis e poliomielite foram relatadas numa revisão de casos, porém associados a outros sinais a ectoscopia. Grandes desvios, embora os prismas possam ser usados com mais ou menos eficácia, uma cirurgia pode ter resultados mais eficazes. Objetivo deste estudo é fazer um relato de caso da paralisia unilateral dos MEO de etiologia incerta.
Métodos
relato de caso com revisão de literatura sobre o tema
Resultados
M.J.B. menina, 9 anos, queixa de desvio no olho direito (OD), percebido em consulta de rotina. Genitora refere nunca ter percebido tal desvio e que a menor jamais expôs queixas visuais. Nascida a termo, gemelar, sem antecedente pré-natal (PN), nega trauma, comorbidades, uso de tampão e óculos. Ao exame: ausência de sinais sindrômicos e no desenvolvimento neuropsíquico; Hirschberg 0º; Couver test; orto/orto; movimentos oculares: ausência de elevação de OD em abdução e adução, diplopia no olhar conjugado para cima; acuidade visual sem correção de 20/20 ambos os olhos. Biomicroscopia sem alterações; pressão intraocular 10/10 mmHg. Fundoscopia: sem alterações; reflexo de Bell ausente OD; ausência de ptose e alterações pupilares. Segue no aguardo de ressonância para elucidação diagnóstica.
Conclusões
O conhecimento anatômico dos músculos oculares é pré-requisito para a compreensão fisiopatológica das diversas manifestações da motricidade ocular. No caso reportado trata-se de uma alteração provavelmente congênita, visto ausências história PN, infecciosa, traumática ou sinais neurológicos associados. O tratamento cirúrgico é indicado na maioria dos casos, exceto em casos assintomáticos, como neste relato, no qual optou-se pelo tratamento conservador.
Palavras Chave
Dupla paralisia, músculos elevadores dos olhos, motricidade ocular
Arquivos
Área
Miscelânea
Instituições
SEOPE - Pernambuco - Brasil
Autores
JOAO MIRANDA FILHO, VALESCA CASTRO NERI, NATÁLIA MAIA DINIZ, CAMILA NOGUEIRA BEZERRA, LAIS LOPES DANTAS BECKER, MARIA ISABEL LYNCH