Dados do Trabalho
Título
REVERSAO CIRURGICA DE BAIXA ACUIDADE VISUAL POR NEUROPTIA OPTICA EM ORBITOPATIA DE GRAVES
Introdução
A Oftalmopatia de Graves é uma doença autoimune caracterizada pela deposição de imunocomplexos nos músculos extraoculares, resultando em aumento de volume orbitário. Suas manifestações clínicas são diversas, incluindo amplo espectro de evolução. Trata-se do acompanhamento de um caso de oftalmopatia de Graves associada a neuropatia óptica compressiva, enfatizando a importância da intervenção cirúrgica precoce a fim de evitar danos visuais irreversíveis.
Métodos
Estudo prospectivo de paciente feminino, 42 anos, com exoftalmia e baixa acuidade visual bilateral progressivas há 1 ano e meio. Hipertireoidismo, suspensão de tapazol há 2 semanas. Iodoterapia e pulsoterapia há 4 dias em internação prévia. Acuidade visual com correção (AVCC): conta dedos a 2 metros em olho direito (OD) e a 4 metros em olho esquerdo (OE); exoftalmometria: 30mm em ambos os olhos (AO); diplopia horizontal binocular; restrição de abdução AO com limitação da inciclotorção e exciclotorção. Fundoscopia: limite impreciso de disco com ingurgitamento vascular AO. Segundo laudo de tomografia computadorizada de crânio e órbitas, aumento volumétrico fusiforme da musculatura extra orbitária, acarretando proptose bilateral. Nervos ópticos de espessura, trajeto e coeficiente de atenuação usuais. Porém observado nas imagens e levantada hipótese de oftalmopatia de Graves com neuropatia óptica compressiva, sendo indicada cirurgia de descompressão de órbitas de urgência. Realizada incisão transcaruncular e osteotomia com retirada de parede medial e mucosa nasal, com exérese de gordura em órbita direita.
Resultados
Na avaliação pós-operatória, observou-se AVCC OD 20/60+2 e OE 20/63-2; exoftalmometria de 22mm; restrição à movimentação com piora da esotropia em OD e diplopia binocular horizontal à lateroversão esquerda (paciente refere melhora da diplopia quando comparada ao pré-operatório). Três meses depois, AVCC OD: 20/25, OE: 20/20. Exoftalmometria: 22mm AO; restrição à abdução, súpero-versão e infra-versão, esotropia, diplopia binocular horizontal em todas as posições do olhar, exceto superior. TC crânio e órbitas: ausência de compressão do nervo óptico.
Conclusões
Diante da significativa melhora da AV após cirurgia de urgência, observa-se a importância do diagnóstico e intervenção precoces para preservação visual em casos de neuropatia óptica compressiva na orbitopatia de Graves, apesar desta ser uma rara complicação da doença. Por esse motivo, faz-se necessário o acompanhamento rigoroso dos pacientes com proptose ocular.
Palavras Chave
Doença de Graves, neuropatia óptica, exoftalmia, hipertireoidismo
Arquivos
Área
Plástica
Instituições
INSTITUTO DE OLHOS CIÊNCIAS MÉDICAS - Minas Gerais - Brasil
Autores
MATHEUS MARQUES DE OLIVEIRA BRITO, CAROLINE ALVES COTRIM, JÚLIA CARVALHO BARBOSA, ÉRICA BORGATTI MOURA, ANA CAROLINA ALVES NUNES, GEYSLA ALMEIDA CARVALHAIS MOURÃO