Dados do Trabalho


Título

CERATITE NEUROTROFICA SECUNDARIA A DIABETES MELLITUS

Introdução

A ceratite neurotrófica é uma doença degenerativa da córnea caracterizada pela redução da sensibilidade corneana de etiologia variada, associada à lesão trigeminal, podendo ser secundária à infecção por herpes vírus, além de PRK, LASIK, toxicidade por drogas, queimaduras, uso incorreto de lentes de contato, procedimentos oftalmológicos e neurocirúrgicos e Diabetes Mellitus. O defeito epitelial persistente pode levar à perfuração e melting corneano.

Métodos

Relato de caso atendido no Pronto Socorro do Centro de Referência em Oftalmologia da UFG.

Resultados

Paciente MAC, masculino, 50 anos, deu entrada no Pronto Socorro queixando-se de dor, hiperemia e sensação de corpo estranho em olho direito há duas semanas, com piora progressiva. Diagnóstico de diabetes mellitus há 23 anos, em controle irregular com insulinoterapia, já tendo sido submetido a 3 injeções intravitreas de anti-VEGF em ambos os olhos e panfotocoagulação há 7 anos.
À biomicroscopia do olho direito observou-se conjuntiva hiperemiada, córnea com úlcera de aproximadamente 5mm x 3 mm e catarata subcapsular posterior 2+/4+. À biomicroscopia do olho esquerdo observou-se conjuntiva clara, córnea com empilhamento epitelial em região central com acúmulo de fluoresceína. Não apresentava retrações pálpebras ou defeitos da oclusão das pálpebras, vias lacrimais pérvias (teste de Jones 1 sem alteração), blefarite seborreica leve e teste de Schirmer com 27 mm em olho direito e 25 mm em olho esquerdo. Não apresentou reação de piscar ao teste de sensibilidade coreana com algodão em ambos os olhos. Fundoscopia de ambos os olhos demonstrou retinopatia diabética tratada. Foi coletado material para cultura e citologia.
O tratamento inicial foi realizado empiricamente com colírio de ciprofloxacino de 1/1h, em esquema de desmame e colírio lubrificante. Após um mês não houve melhora do quadro, tendo sido iniciado colírio de Anfoterecina B de 2/2h associado a desepitelização das bordas da lesão.
Um mês após houve melhora parcial da lesão, abaixo do esperado para o tratamento proposto e obtivemos resultados das culturas negativos. Foi suspenso o colírio de Anfoterecina e iniciado lubrificação de 1/1h.
O paciente evoluiu com melhora do quadro e atualmente continua com lubrificação intensa associada ao soro autólogo de 6/6h.

Conclusões

A ceratite neurotrófica é um diagnóstico diferencial a ser lembrado em pacientes diabéticos pois quando tratada precocemente evita complicações que podem levar a um prognóstico incerto.

Palavras Chave

ceratite neurotrófica diabetes erosão epitelial

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

CEROF/UFG - Goiás - Brasil

Autores

Marina Souza Rocha, Felipe Bueno Spicacci, Victor Falcão Pereira Costa, Déborah Capel Modesto, Pedro Henrique Macedo dos Santos, Daniella Limongi Girotto