Dados do Trabalho


Título

Cirurgia de desinserção e reinserção dos 4 músculos retos horizontais para Nistagmo

Introdução

A cirurgia de correção de nistagmo sem posição de cabeça e sem estrabismo é relatada por diversos autores. Em 1960 Bietti and Bagolini fizeram um estudo no qual era retrocedido todos os músculos ao nível do equador e foi mostrado que 80% dos pacientes reduziram frequência e amplitude do nistagmo e 7 de 8 pacientes melhoraram uma linha de acuidade visual. Em 1971, Cuppers descreveu o retrocesso dos retos mediais. Em 2003 Hertle et al. publicou um estudo com 10 pacientes operados da cirurgia de nistagmo com resutados favoráveis; Em 2006 Wang publicou uma série de casos com 9 pacientes submetidos a cirurgia do nistagmo. Oito de nove pacientes melhoraram os valores de NAFX e todos os pacientes reduziram a amplitude do nistagmo e aumentaram tempo de foveação. Em 2008 Wang e Dell’Osso publicaram um trabalho com 5 pacientes e também comprovaram o aumento do tempo de foveação e todos os pacientes melhoraram acuidade visual e velocidade de leitura.

Métodos

Descrever os resultados da cirurgia de desinserção e reinserção em 3 pacientes portadores de nistagmo pendular sem torcicolo. O paciente 1, 21 anos com albinismo e nistagmo desde o nascimento apresentava acuidade visual de 0,2 -3. O paciente 2, com 28 anos, nistagmo desde o nascimento e acuidade visual binocular de 0,5. O paciente 3, 32 anos, nistagmo desde o nascimento e acuidade visual binocular 0,6. No caso do paciente 1 e 3 haviam pequena exotropia associada ao nistagmo, motivo pelo qual foi realizado pequeno retrocesso dos músculos retos laterais.

Resultados

Os pacientes foram avaliados de forma objetiva com acuidade visual na tabela de Snellen e subjetiva onde eles referiam as diferenças sentidas com a cirurgia. O paciente 1 apresentou melhora da acuidade visual em 1 linha (0,3 -2) e relatou melhora na visão de profundidade dos objetos. O paciente 2 referiu ter notado melhora na visão e mais facilidade para leitura (acuidade visual final 0,5). O paciente 3 refere melhora da qualidade da visão, cores mais vibrantes e melhora do nistagmo na amplitude e frequência (acuidade visual final 0,7). Tempo de seguimento de 1 ano para o paciente 1, 6 meses para o paciente 2 e 3 meses para a paciente 3.

Conclusões

Ainda que o número de pacientes em estudo nesse relato seja pequeno consideramos que essa técnica possa ser benéfica para pacientes com nistagmo sem posição de bloqueio.

Palavras Chave

Cirurgia de Nistagmo, Estrabismo

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

CEMA - São Paulo - Brasil

Autores

Daniele Freitas Bica Madalozzo, Mauro Goldchmit, Anna Carolina Haddad, Paula Siqueira de Morais