Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DA CAMADA DE FIBRAS NERVOSAS DA RETINA EM SÍNDROMES PARKINSONIANAS USANDO TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA DE DOMÍNIO ESPECTRAL
Introdução
O diagnóstico preciso das síndromes parkinsonianas ainda é muito difícil, devido à presença de sinais e sintomas variados e ao diagnóstico diferencial extenso. Ao mesmo tempo, novas tecnologias têm sido desenvolvidas, como a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), para a detecção precoce da perda da camada de fibras nervosas da retina (CFNR) e análise da cabeça do nervo óptico, úteis no diagnóstico e acompanhamento de doenças como o glaucoma. Neste estudo, avaliamos a OCT como um novo método, menos invasivo e menos oneroso quando comparado à ressonância magnética, para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes com síndromes parkinsonianas.
Método
Um estudo prospectivo e descritivo foi realizado no Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais e no Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em São Paulo, Brasil.
Pacientes com diagnóstico definitivo de síndromes parkinsonianas foram selecionados de acordo com critérios clínicos. Todos os pacientes foram submetidos a: anamnese, refração e acuidade visual, tonometria, biomicroscopia com lâmpada de fenda e fundoscopia. Em seguida, todos os pacientes foram submetidos à OCT de domínio espectral (SD-OCT) Spectralis®. Calculou-se a espessura global da CFNR e a medida de cada quadrante da espessura da CFNR em torno da cabeça do nervo óptico, assim como a média da espessura foveal e foveal central.
Resultados
O estudo incluiu onze pacientes, sendo seis do sexo feminino e cinco do masculino, com média de idade de 63,9±11,28 anos. A acuidade visual média foi de 0,05±0,08 unidades LogMAR no olho direito (OD) e 0,03±0,05 no olho esquerdo (OS).
A espessura global da CFNR foi de 100,5±14,8 μm OD e 99±14,5 μm em OS. A espessura peripapilar da CFNR nos quadrantes superior, inferior, nasal e temporal em OD foi de 126,4±19,3 μm, 127±27,2 μm, 76,5±19μm, 71,8±14,3 μm, respectivamente, e em OS 122,1±19,6μm, 128,9±25μm, 76,2±12,4 μm, 68,2±15,6μm, respectivamente. A espessura foveal média foi de 270,5±34,4 μm em OD e 263,8±23,2 μm em OS. A espessura foveal central média foi de 231,6±19,4 μm em OD e 227,6±18,7 μm em OS.
Conclusões
Relatamos a média e os valores por quadrante da espessura da CFNR e a média da espessura foveal e foveal central utilizando a SD-OCT em pacientes com síndromes parkinsonianas. Esse trabalho faz parte de um estudo maior, em andamento, que visa estabelecer novos testes complementares para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes com síndromes parkinsonianas.
Área
TRABALHO CIENTÍFICO
Instituições
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
Patrick Israel Fligelman Kanas, Camila Endo, Roberta Saba, Lisangela Morimoto, Andrea Kara-Jose, Eric Pinheiro de Andrade, Ivan Maynart Tavares