Dados do Trabalho


Título

CONDUTA EXPECTANTE EM ENFISEMA ORBITÁRIO PÓS TRAUMA FACIAL SECUNDÁRIO E ESTERNUTAÇÃO RELATO DE CASO.

Introdução

O enfisema orbitário é uma condição incomum caracterizada pela presença anormal de ar no interior da órbita. A maioria dos casos está associada a um traumatismo contuso orbitário, com fratura da parede óssea medial. Pode também ser de aparecimento espontâneo ou relacionado ao ato de espirrar e assoar o nariz. É normalmente uma condição benigna, não relacionada à perda visual, sendo, na maioria das vezes, o paciente apenas observado até a resolução do problema, sem necessidade de intervenção.

Método

C.O, masculino, 46 anos, procurou o pronto socorro oftalmológico com edema e dor no olho direito (OD) há 1 dia. Histórico de trauma facial contuso há 2 dias em região temporo-zigomática à direita (D) com enfisema subcutâneo em hemiface D. Há 1 dia, após esternutação, evoluiu com enfisema periorbitário e subconjuntival em OD. Nega comorbidades e antecedentes oftalmológicos.
Ao exame: acuidade visual (AV): OD: 1,0; OE: 1,0. Biomicroscopia: OD limitação da abertura palpebral com edema e enfisema periorbitário, hiperemia e enfisema subconjuntival; OE: sem alterações. Pressão intraocular (PIO) 20/12 mmHg. Fundoscopia: OD 0,6x0,6/OE 0,5x0,5, demais estruturas sem alterações.
Na tomografia de órbita, foi evidenciado fratura de lâmina papirácea em parede medial da órbita D com enfisema periorbitário e retrorbitário.

Resultados

Após avaliação da otorrinolaringologia e bucomaxilofacial não houve indicação cirúrgica da fratura. Diante do quadro, optou-se por conduta expectante. Prescrito colírio e gel tópico lubrificante e antibioticoterapia oral profilática. No dia seguinte, paciente apresentou AV OD 0,33, porém com PIO: 18 mmHg e sem alterações na fundoscopia de OD. Manteve-se conduta conservadora. Terceiro dia: redução do edema palpebral e do enfisema periorbitário e subconjuntival com retomada da AV da admissão. Após uma semana, houve reabsorção completa do enfisema periorbitário e o paciente foi encaminhado para seguimento ambulatorial.

Conclusões

Devido a possibilidade de avaliação diária do paciente com aferição da PIO, AV e fundoscopia, a conduta expectante foi adotada visto risco benefício de um procedimento invasivo como a descompressão orbitária por agulha. No presente relato, a conduta conservadora foi eficaz e sem exposição aos riscos de hemorragia retrobulbar, perfuração escleral e lesão do nervo óptico.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Santa Casa de Limeira - São Paulo - Brasil

Autores

André Alexandre Raposo Diniz, Polyana Queiroz Alvarenga, Natália Belo Rodrigues, Renata Santos Alves, Wilson Roberto Campos Filho