Dados do Trabalho


Título

ROTURA DE MÚSCULO RETO MEDIAL POR TRUMA OCULAR: UM RELATO DE CASO

Introdução

A injúria isolada de musculatura ocular extrínseca não é muito comum quando não está associada a trauma da parede orbitária ou maior acometimento do globo ocular e anexos .
Estrabismo pós-trauma ocular é causado por restrição do movimento da musculatura ocular extrínseca. As causas de restrição são edema, laceração e/ou avulsão muscular, lesão de nervo craniano, podendo estar associado a queixas de diplopia.
Geralmente o tipo de desvio é incomitante e de difícil correção, por vezes deixando restrição residual à movimentação ocular.

Método

Relatar caso de paciente com trauma ocular que resultou em limitação da movimentação ocular e estrabismo no olho afetado.

Resultados

Paciente de 64 anos, sexo feminino, procurou serviço de emergência da Fundação Altino Ventura referindo trauma com ferro em olho esquerdo (OE) por volta de 3 horas antes do atendimento. Não possuía história de desvio ocular prévio e não referia diplopia. Apresentava diabetes e glaucoma. Ao exame oftalmológico, OE apresentava edema palpebral, laceração conjuntival com avulsão de tecido e acuidade visual (AVL) de 20/70, sem correção. Olho direito (OD) sem alterações e AVL de 20/100. Ao exame de motricidade ocular extrínseca observou-se limitação de adução, rotura em 2/3 do reto medial, com área de inserção preservada e presença de coágulo no local da injúria.
Paciente foi encaminhada ao bloco cirúrgico para realização de cirurgia de emergência com especialista em estrabismo. No pré-operatório, notou-se extensão do trauma ocular e a paciente apresentou hipotropia discreta de OE em posição primária do olhar, provavelmente decorrente de edema com consequente déficit na supradução de OE. A cirurgia para correção de estrabismo divergente, consistiu na correção da laceração das fibras do músculo reto medial, com junção e sutura das fibras, já que havia preservação do local de inserção do mesmo, e sutura de conjuntiva ao redor. Nas consultas pós-operatórias, paciente ainda apresentava discreta limitação de adução, porém permanecia sem queixas de diplopia.

Conclusões

O trauma direto e isolado da musculatura extrínseca ocular não é muito comum e geralmente está associado ao quadro de diplopia e estrabismo paralítico e incomitante. No entanto, a paciente em questão não apresentou diplopia ou trauma aos anexos oculares e parede orbitária, o que pode ter contribuído para um melhor resultado após cirurgia, tanto estético como anatômico e funcional, com maior satisfação da paciente.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

FUNDAÇÃO ALTINO VENTURA - Pernambuco - Brasil

Autores

PRISCILLA SILVA MACEDO, JESSICA CORREIA DA SILVA TAVARES, ADRIANO CABRAL VASCONCELOS, VALESKA LIMEIRA DE QUEIROZ XAVIER, EDSON HIDEKI NAKAHARA