Dados do Trabalho


Título

USO DO RANIBIZUMABE NO EDEMA MACULAR APÓS OCLUSÃO VENOSA DA RETINA: ESTUDO DE VIDA REAL EM SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE

Introdução

Avaliar a efetividade do Ranibizumabe no tratamento do edema macular após oclusão venosa da retina (OVR) em um serviço público de saúde, considerando suas nuances e dificuldades operacionais.

Método

Estudo observacional longitudinal retrospectivo, composto por pacientes com edema macular secundário à OVR submetidos à injeção intravítrea de Ranibizumabe, com um follow-up de 12 meses a partir do diagnóstico. Mediante à análise de prontuários eletrônicos, foram coletados dados demográficos, comorbidades, classificação clínica em ORVCR ou OVCR, acuidade visual (AV), espessura retiniana central (ERT) ao diagnóstico e durante o seguimento terapêutico, tempo decorrido entre o diagnóstico e a primeira injeção, bem como o número total de injeções realizadas no follow-up de 12 meses.

Resultados

Na amostra de 66 pacientes, a média da idade foi de 62,6 ± 12,1 anos (variação, 31 – 87 anos), com predominância do sexo feminino (56,1%). O diagnóstico mais comum foi de ORVCR (54,5%), sendo hipertensão a comorbidade mais prevalente (53,7%). Apenas 33 pacientes (50%) conseguiram completar o tratamento inicial com um ciclo de 3 injeções e 27 (40,9%) não conseguiram realizar qualquer injeção. O tempo porta-agulha médio decorrido do diagnóstico à primeira injeção foi de 148,4 ± 289,7 dias (variação, 4 – 1377 dias). Ao diagnóstico, a média da AV era de 1,5 ± 0,7 logMAR (variação, 0,4 – 3,0 logMAR), enquanto após última injeção, a AV melhorou para 0,8 ± 0,7 logMAR (variação, 0 – 3,0 logMAR). Dezenove pacientes (34,5%) tiveram AV final melhor ou igual a 20/40. A média da ERT foi de 509,6 ± 219,4 μm (variação, 158 – 1047 μm) no diagnóstico e 259,5 ± 89,3 μm (variação, 160 – 503 μm) após as injeções. Houve diferença significativa da AV e ERT após a primeira injeção (p< 0,005). Entretanto, a AV e a ERT não apresentaram diferença significativa entre as demais injeções; isto é, a melhora após a primeira injeção se manteve. Não houve correção estatística entre AV e ERT (p=0,381).

Conclusões

Apesar das dificuldades operacionais e nuances de um serviço público de saúde, o Ranibizumabe é uma ferramenta essencial no tratamento do edema macular após OVR, visto que a resposta visual e anatômica dos que tiveram acesso ao tratamento foi evidente; inclusive naqueles que tiveram uma demora maior no início do tratamento.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

Fundação Altino Ventura - Pernambuco - Brasil

Autores

Luan Fellipe Bispo Almeida, Andrey Batista Da Silva, André Breno Menezes Lima, Priscilla Silva Macedo, Aline Barros Torres De Oliveira