Dados do Trabalho
Título
ACHADOS TARDIOS DE TOXICIDADE OCULAR EM PROLE POR USO DE ANTIMALÁRICOS DURANTE A GRAVIDEZ, É POSSÍVEL?
Introdução
Vários estudos alegam ser seguros o uso de drogas antimaláricas durante a gravidez, porém há poucos relatos de alterações oculares em filhos de mães expostas a antimaláricos durante a gestação. O objetivo deste trabalho é relatar um caso e investigar se há possibilidade de encontrar sinais de alterações retinianas em paciente exposto a antimaláricos durante a vida fetal.
Método
JOL, 26 anos, feminino, compareceu em sua primeira consulta oftalmológica, com queixa de BAV e desvio ocular em OD desde a infância. Antecedentes obstétricos: mãe tratou malária em todo o período gestacional. Nega uso de antimaláricos previamente. Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual C/C de Movimento de Mãos em OD e 20/20 em OE, exotropia em OD, biomicroscopia de segmento anterior sem alterações em AO, Tonometria 14/14 mmHg. À fundoscopia e retinografia evidenciou-se atrofia óptica, atenuação vascular importante (vasos fantasmas) e maculopatia em alvo (bull’s eye) em OD e em OE sem alterações.
Resultados
A avaliação complementar mostrou sorologias negativas. Pela Tomografia de coerência ótica mostrou-se diminuição da espessura macular por atrofia da retina neurossensorial e importante diminuição da camada de fibras nervosas em nervo óptico em OD, já na Angiofluoresceinografia observou áreas de hiperfluorescência devido a defeito em janela nas áreas de atrofia do epitélio pigmentar retiniano e uma hipofluorescência por bloqueio em eventuais áreas de hiperpigmentação dando aspecto de maculopatia em alvo em OD.
Conclusões
Com a história de exposição fetal e os achados retinianos, suspeitou-se de retinotoxicidade por antimaláricos pós exposição fetal, porém após uma revisão literária vimos que os riscos para anormalidades oculares são mínimas, mesmo com pesquisas sobre a passagem transplacentária, afirmando o mesmo nível da droga no sangue do cordão umbilical com sangue materno. Foram relatados em crianças expostas, casos isolados de hemorragia retiniana, alteração em eletrorretinografia, mudança pigmentar na retina, todos de significados inconclusivos, sendo necessários estudos de base populacional e acompanhamento a longo prazo com ênfase em retinotoxicidade pós exposição fetal à antimaláricos.
Área
RELATO DE CASO
Instituições
HOV - HOSPITAL DE OLHOS VELLOSO - Rondônia - Brasil, SOL - SERVIÇOS OFTALMOLOGIA LTDA - Rondônia - Brasil
Autores
ALESSANDRA YUKARI YAMAGISHI, CAMILLE CATARINA ARTUSO, KARINA CREMA DE VELLOSO VIANNA, NURYA RACHED MOHAMOUD ALI, WILLIAN DOMINGUES DA SILVA, PAMELLA CAROLLINE CARDOSO BARBOSA