Dados do Trabalho


Título

Ceratocone, alta miopia e catarata: um relato de caso

Introdução

O ceratocone é uma doença não inflamatória marcada por adelgaçamento progressivo com protrusão ectásica, resultando em uma córnea de formato cônico. A abordagem depende da magnitude de cada caso e tem por finalidade a reabilitação visual e/ ou o controle da progressão ectásica. Assim, inicia-se com óculos, evolui para lentes de contato rígidas ou até mesmo com desenhos especiais e, se desfecho insatisfatório, tratamento cirúrgico, para o qual, como e o implante de anel intracorneano.
Paciente do sexo feminino, 68 anos, do lar, com queixa de baixa acuidade visual (AV), sem melhora com o uso de óculos. No exame oftalmológico, apresentou AV de percepção luminosa para olho direito (OD) e de conta dedos para olho esquerdo (OE). Biomicroscopia em ambos os olhos (AO) demonstrou catarata, córnea clara e câmara anterior sem alterações; fundoscopia constatou miópico com crescente miópico e mácula sem alterações em AO e pressão intraocular (PIO) era de 18 mmHg em AO. À refratometria viu-se em OD -8,25 D e em OE -8,25 D e -2,75 D a 130º 20/50 e J2 com correção de +2,75 D.

Método

Foi realizado embasamento teórico de acordo com a Diretriz em Ceratocone do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e o livro Guia Prático de Cirurgia Refrativa.

Resultados

Diante dos exames evidenciou-se um ceratocone. Visto que a realização de cirurgia para correção da catarata poderia piorar densidade endotelial corneana, foi indicado o tratamento cirúrgico do ceratocone com o implante de anel intracorneano. Após a cirurgia, alguns exames foram realizados novamente, com os seguintes resultados:
-Topografia de córnea OE: K1: 47,99 D a 70º e K2: 45,79 D a 160º
-Oculyzer OE: 533 µm, córnea anterior (K1: 45,6 D e K2: 47,6 D), córnea posterior (K1: -6,5 D e K2: -7,1 D)
-Biometria OE: diâmetro axial ocular de 27,46 mm; K1: 45,18 D a 140º e K2: 47,60 D a 50º

Conclusões

Devido a melhora do ceratocone mostrada nos exames, a conduta foi cirurgia de catarata, com substituição do cristalino por uma lente intra-ocular (LIO). Haja vista que após a remoção do cristalino a acomodação não acontece mais, o cálculo da LIO leva em consideração a distância para a qual quer se deixar focada a visão do paciente. Nesse caso optou-se por deixar a paciente levemente míope, permitindo qualidade visual à distância e para perto.
Trinta dias após a cirurgia, ao exame oftalmológico, a paciente apresentou AV 20/20 para AO e, à refratometria, revelou-se OE plano, com -0,5 D a 140º, 20/20 e J1 com correção de +2,5 D.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

UniCesumar - Paraná - Brasil

Autores

Letícia Boselli Cassalho Romano, Juliana Almodin