AGENESIA DO TENDAO EXTENSOR PROPRIO DO INDICADOR - RELATO DE CASO
O dedo indicador tem dois tendões extensores intrínsecos independentes, o extensor comum dos dedos (ECD) e o extensor próprio do indicador(EPI). O extensor próprio do indicador é comumente utilizado para transferências tendíneas para os demais dedos. Os tendões extensores apresentam diversas variações anatômicas, devendo ser levado em consideração ao planejar uma transferência tendínea.
Relatar ausência do EPI e opção cirúrgica na transferência para reparo do ELP na sua ausência.
Paciente de 24 anos, do sexo masculino, com incapacidade de extensão ativa da interfalângica do polegar esquerdo. Observou-se na exploração a ruptura do extensor longo do polegar a nível do tubérculo de Lister, sendo optado pela realização de uma transferência tendínea do EPI para o ELP. No intra-operatório foi percebida a ausência do extensor próprio do indicador e do extensor próprio do dedo mínimo, realizando então a transferência do flexor superficial do 4º dedo.
Devido a natureza constante do extensor próprio do indicador, este é comumente utilizado para transferências tendíneas para os demais dedos, especialmente do extensor longo do polegar. Já é bem documentada a grande diversidade de variações anatômicas dos tendões extensores, no entanto a ausência do extensor próprio do indicador é raramente relatada.
Zilber e Oberlin, em um estudo de 50 mãos, encontraram um cadáver com ausência bilateral do EPI. Fernandes et al relata um caso de ausência do EPI bilateral em um dentre 17 cadáveres dissecados, enquanto Gong et al relata um caso de ausência do EPI percebido durante a cirurgia, porém a paciente apresentava também hipoplasia dos extensores do polegar. Na ausência do EPI, existem diferentes técnicas que podem ser utilizadas, como a transferência do extensor curto do polegar, abdutor longo do polegar ou extensor radial longo do carpo.
Apesar da prevalência do EPI ser alta, a presença de somente um tendão extensor para o indicador (ECD) não é bem definida. Deve-se sempre levar em consideração as diversas variações anatômicas ao realizar transferências tendíneas, para evitar lesão ao ECD. Na ausência deste tendão, existem outras opções de transferências possíveis, como a transferência do extensor do dedo mínimo, extensor curto do polegar, abdutor longo do polegar extranumerário e, como no caso citado neste trabalho o flexor superficial do 4° dedo, que até o atual momento obteve um resultado funcional satisfatório sem queixas por parte do paciente.
extensor proprio do indicador, extensor longo do polegar, agenesia, ruptura tendinea
ANATÔMICO
HOSPITAL SANTA CASA DE CURITIBA - Paraná - Brasil
MARCELA PENNA, roberto luiz Sobania, Ana Lucia Faccioni