NOSSA EXPERIENCIA EM REIMPLANTES EM FORTALEZA/CE: RELATO DE 5 CASOS
RESUMO:
Introdução e objetivo: Um dos grandes benefícios oferecidos pela microcirurgia reconstrutiva é a possibilidade de reconectar ao corpo humano uma parte que foi amputada. O reimplante geralmente oferece ao paciente um resultado bem superior a qualquer outro tipo de reconstrução de amputações traumáticas.1
Desde o primeiro reimplante de polegar bem sucedido, em 1965, a taxa de sucesso da cirurgia de reimplante vem subindo, atingindo níveis de até 90%, dependendo da indicação.2
Apesar do refinamento da técnica e consequente melhora dos resultados, as indicações de cirurgia permanecem relativamente inalteradas. Deve-se sempre levar em conta as condições clínicas do paciente e viabilidade da parte amputada.
1. Indicações de reimplante:
• Polegar
• Múltiplos dígitos
• Amputação da mão em nível da palma
• Amputação da mão em nível do punho
• Qualquer parte amputada na criança
• Dedo único distal à inserção do FSD
2. Contraindicações:
• Dedo único proximal à inserção FSD
• Amputação em vários níveis
• Tecido severamente comprometido pelo trauma.
• Paciente sem condições clínicas para cirurgia de emergência.
Não temos estudos epidemiológicos nacionais sobre a taxa de amputados com indicação de reimplante no Brasil, porém acredita-se que a frequência de amputações que necessitam de reimplantes seja relativamente baixa, de cerca de sete casos por milhão de habitantes por ano, na Suécia. Áreas industriais parecem apresentar um aumento dessa taxa.3. A incidência de amputação de dedos foi de 10.2 por 100.000, no ano de 2008 em Taiwan. Cerca de 36% desses pacientes tiveram indicação de reimplante, totalizando 3.6 reimplantes por 100.000 habitantes por ano. 4
Infelizmente não contamos com serviço organizado de reimplante no estado do Ceará. Extrapolando os números anteriores para nossa realidade e população de 8 milhões de habitantes no estado: conforme o primeiro estudo, conduzido na Suécia, estamos deixando de reimplantar 56 membros por ano. Caso tomemos o estudo realizado em Taiwan como base, deixamos anualmente de reimplantar 288 membros por ano.
Descrevemos nesse artigo nossa série de casos de 5 pacientes que por caminhos diversos, conseguiram entrar em contato com nossa equipe e tiveram seus dígitos e polegares reimplantados. Quatro pacientes foram operados em hospitais privados e um paciente em hospital público. No total 6 dígitos e 2 polegares foram reimplantados, com taxa de sobrevivência de 100%.
Um paciente apresentou amputação de múltiplos dedos.
CASO CLÍNICO
CLINICA ARTICULAR - Ceará - Brasil, Instituto Dr Jose Frota (IJF) - Ceará - Brasil
Joao Mamede, Valberto Porto, Breno Pessoa