AVALIAÇAO DA AREA DOADORA DO RETALHO LIVRE RADIAL DO ANTEBRAÇO
O retalho radial do antebraço (chinês) tem anatomia constante e é usado de modo versátil, mas redução de ADM, perda de força, edema, dores, disestesia, rigidez articular, redução da sensibilidade e um resultado estético precário podem ser descritos na área doadora. Apesar disso, por ser um retalho de dissecção relativamente fácil, ainda permanece como opção para resolução de um grande número de falhas de cobertura, e assim, é necessário análise do impacto na área doadora.
Verificar a morbidade da área doadora do retalho radial do antebraço de forma objetiva (testes de força de pinça e preensão, medida do arco de movimento) e subjetiva (questionário Patient-Rated Wrist Evaluation - PRWE-BR)
Incluídos 14 pacientes no trabalho com idade média de 38,7 anos, de 01/01/2014 a 31/03/2016 com mínimo de 6 meses de cirurgia. Feito abordagem subfascial e enxerto de pele parcial retirado da face medial da coxa ipsilateral utilizado se não houvesse fechamento primário. Aplicado questionário validado no Brasil, PRWE-BR (avalia dor e grau de disfunção), e acrescentado duas questões: se a estética da área doadora incomodava e se já apresentara intolerância ao frio. Uso de goniômetro para aferir arco de movimento, dinamômetro para força de preensão e pinça (lateral, polpa a polpa e trípode), e monofilamentos de Semmes-Weinstein para avaliação de sensibilidade. Teste-t foi utilizado, com p <0.05.
Comparando o membro operado com o controle não apresentaram diferenças nos testes objetivos, assim como o PRWE-BR, com média de 3,71% (pouca dor e disfunção). Com monofilamentos também não houve diferença na sensibilidade das mãos. Sobre intolerância ao frio e aspecto estético da área doadora, a resposta foi negativa em todos.
O retalho chinês possui uma anatomia constante e é versátil para procedimentos reconstrutivos. Entretanto a morbidade da área doadora é uma questão relevante. Não observamos diferenças na análise da força de preensão palmar e pinça (lateral, ponta-a-ponta e trípode), bem como na avaliação do arco de movimento, assim como constatado por Ho T. e col. (2006). Observamos que o procedimento não acarretou sequela ou teve sequelas leves nos pacientes avaliados. Bardsley e col. (1990) avaliaram os resultados cosméticos empregando critérios subjetivos e concluíram que os homens demonstraram menor insatisfação do que as mulheres, corroborando com os nossos resultados.
O retalho radial livre do antebraço acarretou pouca morbidade para os pacientes
radial forearm flap, donor site morbidity, microvascular free tissue transplantation, cold intolerance
CLÍNICO
HCFMRP-USP - São Paulo - Brasil
Alex Eduardo Calderon, Hugo Boin, Amanda Favaro Cagnolati, Nilton Mazzer, Raquel Metzker Mendes Sugano, Claudio Henrique Barbieri