Importância da incidência radiográfica “Skyline” na visualização da integridade da cortical dorsal da extremidade distal do rádio durante a fixação com placa bloqueadas palmares
As fraturas distais do rádio são as mais comuns no membro superior, sendo que a fixação com placas volares é um dos procedimentos para tratamento cirúrgicos mais comuns para esta enfermidade. Nestas, os parafusos não devem transpor a cortical dorsal pelo risco de lesão aos tendões extensores, que estão em íntimo contato com a porção dorsal distal do rádio. A avaliação radiográfica nem sempre é bem estabelecida pelas incidências perfil ou oblíquas.
Este estudo visa evidenciar a importância da incidência “Skyline” para instrumento na detecção da protrusão dos parafusos pela cortical dorsal na extremidade distal do rádio.
Em uma peça anatômica óssea de cadáver, foram realizadas diferentes montagens com placas bloqueadas distais de rádio - incluindo ai montagens com parafusos propositalmente grandes - e posteriormente realizados radiografias, antero-posterior, perfil, obliqua e “skyline”. Estas radiografias foram analisadas se havia ou não protrusão dos parafusos na cortical dorsal, por 5 diferentes grupos já habituados com esta incidência: 3 grupos de residentes de ortopedia geral (separados por ano: 1º, 2º e 3º anos de residência), residentes de cirurgia da mão (1º e 2º ano em um único grupo) e cirurgiões de mão com pelo menos 3 anos de experiência.
A incidência de “skyline” apresentou boa sensibilidade, com o grupo de cirurgiões de mão com o valor mais expressivo (91,04%) e os demais com valores variando de 79,16% a 86%. Estes resultados foram maiores que os obtidos para as incidências perfil e oblíqua. Em relação ao acerto, o grupo de cirurgiões de mão foram novamente os que obtiveram maior taxa dentre os demais grupos (p-valor = 0,0324).
Atualmente, a maioria dos centros usam as incidências fluoroscópicas em perfil e anteroposterior para avaliar os parafusos e a posição da placa na extremidade distal do rádio, porém o uso das incidências padrões torna difícil a identificação dos parafusos devido a obliquidade da extremidade distal do rádio em ambos os planos. O uso adicional da incidência“skyline” pode melhorar a sensibilidade na detecção de parafusos protrusos. Nosso estudo evidenciou a importância dessa incidência, já que a mesma apresentou sensibilidade, especificidade e acurácia maiores que as incidências em perfil e oblíquas.
No tratamento de fraturas distais do rádio, a incidência “skyline” deve fazer parte do protocolo no intra-operatório, sendo recomendado fixação destas com placas bloqueadas palmares por ou com supervisão de um cirurgião de mão.
Skyline, incidências radiográficas, extremidade distal do rádio, placa palmar, ruptura tendínea, protrusão dorsal de parafuso.
EXPERIMENTAL
Hospital das clinicas FMRP USP - São Paulo - Brasil
Amanda Favaro Cagnolati, Edson Tinoco Cabral, Gunter Shin Iti Takamori Shimabukuro, Rodrigo Braga Secanechia Paixão, Nilton Mazzer, Claudio Henrique Barbieri