VACINAÇAO DE CRIANÇAS INFECTADAS OU EXPOSTAS AO VIRUS DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA (HIV), EM UM CENTRO DE REFERENCIA PARA IMUNOBIOLOGICOS ESPECIAIS (CRIE) EM UMA CIDADE NA AMAZONIA BRASILEIRA (BELEM-PARA)
O Programa Nacional de Imunizações criou, em 1993, os Centros de Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE), com o objetivo de oferecer vacinas não contempladas na rotina à população com condições imunossupressoras, como crianças HIV+ ou expostas ao vírus. A taxa de detecção de HIV em <5 anos na região Norte em 2016 foi de 3,5 casos/100 mil hab., enquanto a média nacional é de 2,4. Assim, este estudo propôs-se analisar e descrever a vacinação de crianças expostas ou infectadas pelo HIV atendidos em um CRIE, na Amazônia.
Estudo descritivo-quantitativo sobre a vacinação em crianças HIV+ ou expostas ao vírus, no CRIE do Hospital Ophir Loyola (HOL) em Belém-Pará. Os dados foram coletados no Sistema de Informação SI-PNI implantado em 2014, no período de 2014 a 2016, tabulados no programa Microsoft Excel versão 2010. Variáveis coletadas: idade, sexo, procedência, imunobiológicos e forma de encaminhamento. O estudo foi submetido e aprovado pelo CEP do Instituto Evandro Chagas e do HOL.
Entre 2014 e 2016, foram aplicadas 18.267 doses de vacinas no CRIE/HOL. Dentre essas, 3.467 foram destinadas a pacientes HIV+ ou expostos ao vírus, dos quais 117 foram <19 anos HIV+ e 132 foram <19 anos expostos ao vírus. Não houve diferenças entre o sexo (50,2% F e 49,8% M). A faixa etária mais atendida no CRIE foi 1 a 4 anos (67) entre expostos e 15 a 19 anos entre HIV+ (44). O maior número de atendimento foi realizado a pacientes procedentes da capital. O serviço de infectologia foi o que mais realizou encaminhamentos. Os dados vacinais demonstraram que crianças nesses grupos <1 mês não foram vacinadas no CRIE/HOL. A vacina Poliomelite inativada foi a mais realizada entre crianças expostas (68 doses), com prevalência em crianças de 1 a 4 anos e baixa adesão ao reforço aos 6 anos; e, entre HIV+, a Influenza trivalente (38 doses), na faixa etária de 15 a 19 anos.
A vacinação de indivíduos em condição imunossupressora persiste como um desafio para a prática clínica, em razão da complexidade envolvida no manejo clínico desses pacientes. Nesta casuística há uma demanda reduzida da população estudada, provavelmente porque estas crianças são seguidas em outro serviço que disponibilize o programa dos CRIEs, pois Belém conta com duas unidades destes centros, em que abriga a atenção à maternidade. O cartão vacinal incompleto da população estudada, infelizmente ainda é realidade, condição que pode inferir na qualidade de vida destas crianças.
imunodeprimido, vacinação, influenza, HIV
Imunizações
Instituto Evandro Chagas - Pará - Brasil
Gabrielly Lisboa da Silva Soares, Paula Rachel Neves Espindola, Elizabeth do Socorro Pantoja, Jaira do Socorro Pantoja Pereira , Tânia do Socorro Souza Chaves