AVALIAÇAO DA SITUAÇAO VACINAL DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS EM RESIDENTES DO DISTRITO LESTE – RIBEIRAO PRETO/SP
No município de Ribeirão Preto/SP em 2017 observou-se um aumento no número de notificação de casos de Hepatite A Aguda inclusive entre as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). Levantou-se a possibilidade da situação vacinal desta população não estar atualizada de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Diante disso, analisamos a situação vacinal dos casos novos de HIV residentes no distrito leste de Ribeirão Preto em 2017 que acompanham na rede pública municipal para verificar se estava de acordo com a recomendação do PNI.
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo com abordagem quantitativa baseado em dados secundários, coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do sistema de informação da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto (HYGIA). Foi encaminhado para o CEP EERP/USP.
Dos pacientes avaliados, 50 (79,3%) não tinham recebido a vacina Pneumocócica 23, 45 (71,4%), a vacina Meningocócica C, 32 (50,8%) a vacina Tríplice Viral, 27 (42,8%) a vacina contra Febre Amarela e 21 (33,3%) não tinham registro de vacina Dupla Adulto. Entre os indivíduos suscetíveis com anti-HBsAg não reagente, 95,2% não tinham registro de vacina contra Hepatite B ou estavam com esquema desta vacina incompleto. Todos os pacientes com anti-HAV IgG não reagente não apresentavam registro de vacinação contra Hepatite A posterior à coleta da sorologia registrada no sistema. Da população que estava na faixa etária para receber a vacina contra HPV na rede pública, 17 (58,6%) não tinham o registro da vacina no sistema.
A imunização das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) garante uma proteção especial contra doenças evitáveis e o esquema vacinal deve ser atualizado o mais precocemente possível. Apesar das vacinas estarem disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), os estudos apontam que a cobertura vacinal neste público é baixa, e muitas oportunidades de vacinação são perdidas.
Os dados deste estudo mostraram que apesar dos pacientes estarem frequentando os serviços de saúde em função de um diagnóstico recente, eles não foram encaminhados para as salas de vacina para atualizarem o seu esquema vacinal.
O trabalho integrado dos profissionais da vigilância epidemiológica com as equipes dos diferentes níveis assistenciais deve incentivar ações de avaliação e atualização da situação vacinal, contribuindo para a proteção individual e da coletividade, evitando oportunidades perdidas e garantindo boas e homogêneas coberturas.
Imunização, HIV/aids, PNI.
Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP e Departamento de Vigilância Epidemiologica da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Larissa Gerin, Patricia Abrahão-Curvo, Daniela Taysa Rodrigues Pimentel, Luzia Marcia Romanholi Passos, Susana Inés Segura-Muñoz, Maria José Bistafa Pereira, Renata Karina Reis