Dados do Trabalho

TÍTULO

ESTOMAS EM PACIENTES COM DOENÇAS INFLAMATORIAS INTESTINAIS: UM ESTUDO OBSERVACIONAL RETROSPECTIVO

OBJETIVO

Avaliar tipos e complicações de confecção de estomas intestinais em portadores de DC e RCU e as principais características anatômicas dos mesmos em cada doença, de forma comparativa.

MÉTODO

Estudo observacional retrospectivo, em pacientes portadores de DII que necessitaram de algum tipo de estoma realizado como parte do tratamento cirúrgico, atendidos nos últimos 10 anos. Os pacientes foram alocados em 2 grupos: RCU e DC. Foram coletados dados demográficos, características das doenças de acordo com a classificação de Montreal, Informações de tratamento clínico no pré-operatório, dados referentes aos estomas intestinais como o tipo (ileostomia, colostomia, terminal, em alça), forma de realização (por cirurgia eletiva ou de urgência), característica de longo prazo (temporário ou permanente) e presença e tipo de complicações relacionadas aos estomas. As características foram comparadas entre os dois grupos, para detecção de diferenças entre as duas doenças.

RESULTADOS

103 procedimentos em 86 pacientes foram realizados, 67 (65%) na DC e 36 (35%) na RCU. O tipo de estoma mais comum em ambos os grupos foi a ileostomia terminal (DC 62,2% vs. RCU 51,3%). A indicação do estoma por cirurgia de emergência foi mais prevalente na DC que na RCU (40,2% vs. 16,2 p<0,001). A indicação por proteção de anastomose foi mais prevalente na RCU (2,9% vs. 40,5% p<0,001). Na DC foi mais comum a indicação de estomas de emergência (47,8% vs. 25% p=0.24) e na RCU, da forma eletiva (52,3 % vs. 75% p=0,024). Houve maior prevalência de estomas definitivos na DC em comparação à RCU (56,7% vs 19,4% p<0.001). A taxa de complicação na DC foi de 53,7% e na RCU de 44,4% (p=0,369), sendo as complicações precoces mais comuns em ambos os grupos (32,8 % vs 36,1% p=0,226) e as complicações tardias mais comuns na DC (19,4% vs 5,6% p=0,05).

CONCLUSÕES

A ileostomia terminal é o tipo de estoma mais comum nos pacientes com DII. A taxa de estomas definitivos é maior na DC. A indicação do estoma por cirurgia de emergência foi mais prevalente na DC e a proteção de anastomose na RCU. As complicações precoces dos estomas são mais comuns que as complicações tardias nas DII, sendo as complicações tardias mais comuns na DC.

PALAVRAS CHAVE

doença de Crohn, Retocolite ulcerativa, Doença inflamatoria intestinal, Estoma, Ileostomia, Colostomia