Dados do Trabalho

TÍTULO

Relato de caso: Trauma Perineal - tratamento cirúrgico

INTRODUÇÃO

Introdução
Trauma perineal é raro e de difícil manejo, associado a altas taxas de complicações, que podem reduzir a qualidade de vida do paciente. Os riscos de infeção local e a possibilidade de lesão do esfíncter anal, associadas a lesões de órgãos abdominais, são algumas das variáveis que fazem do trauma perineal um desafio para o cirurgião de emergência.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 29 anos, deu entrada em Serviço de Pronto Atendimento de emergência, transferido do interior do Estado, vítima de atropelamento por automóvel, encontrado em via pública. Ao exame físico, paciente em bom estado geral, sem sinais de gravidade ao atendimento inicial do trauma, entretanto, durante a exposição do mesmo, evidenciou-se extenso ferimento lacero-cortante em região perineal, póstero-lateral esquerda à margem anal. O paciente foi conduzido ao centro cirúrgico para exploração da ferida. O ferimento comprometia fibras de músculo transverso do períneo e ísquio-coccígeo à esquerda, e se estendia para região posterior à direita, com progressão ascendente posterior ao reto atingindo fossa ísquio-retal esquerda, com presença de espícula óssea de osso ísquio e parte do cóccix, com sangramento de média proporção. Por orientação da equipe de ortopedia, foi realizada conduta expectante para a lesão. Ao toque retal, sem evidências de lesões em canal anal ou reto, esfíncter anal íntegro, mas perda de continuidade de pele, com ferida extensa até margem lateral direita, desviando para esse lado o introito anal. Após exaustiva lavagem de ferimento, realizou-se aproximação de estruturas musculares e plano gorduroso e colocação de dreno de Penrose em direção à fossa ísquio-retal esquerda. Devido à extensão do ferimento, optou-se por confecção de colostomia de cólon sigmoide e desvio do trânsito intestinal.

DISCUSSÃO

Atualmente, existem divergências quanto ao tratamento de trauma perineal. Torna-se imprescindível a limpeza exaustiva do ferimento e a tentativa de reconstruir as estruturas lesadas e o fechamento primário da lesão. Na maioria dos casos de trauma perfurante há lesão de vísceras ocas, como reto e ânus, o que diverge do caso apresentado. A inserção de drenos aplica-se nos casos de suspeita de lesão de vísceras ocas ou risco de infecção da ferida. Fraturas ósseas devem ser investigados na presença de sangramento volumoso e na presença de dor local no pós-operatório. Devido à natureza variável de causas, e ao número de estruturas complexas na região, traumas perineais devem ser avaliados individualmente, tendo como objetivo o reparo de estruturas lesadas e a redução das complicações.

PALAVRAS CHAVE

Urgência; Cirurgia; Cirurgia Colorretal