Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS DOS PACIENTES SUBMETIDOS FECHAMENTO DE OSTOMIA DE PROTEÇAO E RECONSTRUÇAO DE TRANSITO EM CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

As neoplasias de reto localmente avançadas, tratadas com neoadjuvância podem apresentar complicações pós-operatórias que variam em torno de 50%. Quando realizado a excisão total do mesorreto, as anastomoses intestinais baixas são de alto risco, podendo evoluir para fístulas digestivas e abscesso pélvico. Nesta situação indicamos a ileostomia de proteção para preservar a integridade da anastomose. Objetivo do nosso trabalho é avaliar a incidência de complicações pós-operatórias relacionados ao fechamento das enterostomias e reconstruções de trânsito em pacientes com câncer de colorretal.

MÉTODO

Foi realizado estudo retrospectivo, com avaliação dos prontuários eletrônicos dos pacientes portadores de adenocarcinoma colorretal, CID 10 C18 C20 e C19, tratados no período de janeiro de 2019 a março de 2021, submetidos as cirurgias de reconstrução de trânsito ou fechamento de enterostomia. Pacientes submetidos a amputação abdominoperineal do reto e dados incompletos do prontuário eletrônico foram excluídos. Foram considerados apenas as complicações conforme classificação Clavien-Dindo III-V, período de 30 dias após a cirurgia. Os dados foram anotados em planilha do Excel e posteriormente submetidos à análise.

RESULTADOS

Da análise de 135 pacientes, identificamos 30 (23%) pacientes submetidos a ostomias derivativas. Dezessete (56%) foram submetidos a tratamento neoadjuvante para câncer de reto. Treze casos (43%), tinham sido submetidos a cirurgia “up front” para câncer colorretal. Um caso de sigmoidostomia paliativa. Foram 24 ileostomias em alça, quatro colostomias à Hartmann, uma ileostomia terminal e uma sigmoidostomia em alça. A maioria dos pacientes eram homens (55 %), com média idade de 61 ± 12 anos. Até o momento, 14 foram submetidos a fechamento/reconstrução de trânsito intestinal. Doze (40%) realizaram fechamento de enterostomia com anastomose mecânica à Barcelona e dois pacientes (6%) foram submetidos a reconstrução de trânsito intestinal, ambos com anastomose mecânica, isoperistáltica. A média de internação hospitalar foi de 10 dias. Apenas um caso (fechamento de ileostomia) evoluiu com fístula entérica (7%), seguido de trombose venosa profunda e a óbito por sepse. A paciente em questão havia sido submetida a fechamento de ileostomia com anastomose à Barcelona. Não foi identificado estenoses ou sangramento das anastomoses.

CONCLUSÕES

No presente estudo, concluímos que as reconstruções de trânsito e fechamento de enterostomias, são procedimentos seguros, com baixo índice de complicações. A incidência de fístula intestinal foi de 7%.

PALAVRAS CHAVE

CÂNCER COLORRETAL, COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil

Autores

VIVANE PONTOS DE SOUZA PORTO, PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MELO LEITE, VINÍCIUS ABRANTES SILVESTRE, THYARA AYANA PRESOTTO, DANIEL RAMOS NEVES SERRANO, PAULO HENRIQUE DIAS FERNANDES, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME