Dados do Trabalho
TÍTULO
AVALIAÇAO DA MORBIMORTALIDADE E DA SOBREVIDA EM PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMATOSE PERITONEAL SUBMETIDOS A CIRURGIA CITORRETORREDUTORA E QUIMIOTERAPIA HIPERTERMICA INTRAPERITONEAL (HIPEC)
OBJETIVO
avaliar os resultados obtidos pelo Centro de Tratamento de Doenças do Peritônio do Hospital Felício Rocho, bem como as taxas de mortalidade, morbidade e sobrevida dos pacientes com carcinomatose peritoneal de diferentes sítios, tratados com CRS e HIPEC
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, realizado no Hospital Felício Rocho no período de outubro de 2004 a Janeiro 2020. Foram incluídos 56 pacientes, todos submetidos à CRS completa com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica, todos foram operados pelo mesmo cirurgião após treinamento na técnica.Foram incluídos pacientes portadores de carcinomatose peritoneal secundária a câncer colorretal, câncer de ovário, pseudomixoma peritoneal, sarcoma, mesotelioma e câncer gástrico. Todos os pacientes foram submetidos a tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve ou ressonância magnética do abdome e da pelve para avaliar a extensão da doença e afastar metástases. No caso de lesões duvidosas, foi realizada tomografia por emissão de pósitrons.
Os pacientes considerados aptos para a cirurgia foram submetidos a laparotomia e avaliado o índice de carcinomatose peritoneal. Após a citorredução completa os pacientes foram submetidos a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica com temperatura entre 40oC e 42oC. As drogas utilizadas para a quimioterapia intraperitoneal foram a Mitomicina C (35mg/m2/90min), Oxaliplatina (460mg/m2/30min) intrabdominal associadas com 5-FU venoso (20mg/m2) e Cisplatina por 90min.
RESULTADOS
Foram incluídos 56 pacientes portadores de carcinomatose peritoneal, submetidos a cirurgia citorredutora completa e HIPEC, no período de outubro 2004 a janeiro 2020. Houve algum tipo de complicação em 32 pacientes ( 61,5%), sendo grave (tipo IV de Clavien-Dindo) em 23 pacientes. A taxa de mortalidade foi de 3,8% e a ocorrência de complicações foi significativamente maior quanto maior o tempo cirúrgico (p=<0,001). A Sobrevida global pela curva de Kaplan-Meyer foi de 81% em 12 meses, 74% em 24 meses e 53% em 5 anos. Já a sobrevida por diagnóstico nos mesmos períodos foi de 87%, 82%, 47% para os pacientes portadores de pseudomixoma e de 77%, 72% e 57% para pacientes portadores de câncer colorretal (Log –RANK 0,371, p=0,543).Os pacientes portadores de câncer colorretal tratados com oxaliplatina tiveram sobrevida de 73% em 60 meses e os tratados com Mitomicina de 55% (p=0,831).Não houve diferença significativa na sobrevida em 5 anos, nos portadores de pseudomixoma tratados com oxaliplatina quando comparados aos que receberam Mitomicina ( 80% x 50%)(p=0,601).
CONCLUSÕES
Pacientes portadores de CP encontram-se em uma fase avançada da doença, com sobrevida limitada e o tratamento com CRS + HIPEC pode aumentar a sobrevida em paciente com CCR, e em casos de pseudomixoma e mesotelioma até alcançar a cura. É necessário a realização de estudos prospectivos randomizados comparativos para determinar os benefícios ou não da associação da HIPEC à CRS.
PALAVRAS CHAVE
carcinomatose peritoneal(CP), QUIMIOTERAPIA HIPERTERMICA INTRAPERITONEAL(HIPEC), sobrevida, cirurgia citorredutora
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
FELICIO ROCHO - Minas Gerais - Brasil
Autores
JAIRO SEBASTIAN ASTUDILLO VALLEJO, FABIO LOPES DE QUEIROZ, ANTONIO LACERDA FILHO, RODRIGO DE ALMEIDA PAIVA, PAULO ROCHA FRANCA NETO, BRENO XAIA, SILVERIO LEONARDO MACEDO GARCIA