Dados do Trabalho


TÍTILO

RETOSSIGMOIDECTOMIA COM EXCISAO TOTAL DO MESORRETO E PANCREATECTOMIA DISTAL COM ESPLENECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA EM OCTOGENARIO COM ANEURISMA DE AORTA E DOIS TUMORES PRIMARIOS

INTRODUÇÃO

Praticamente todos os tumores do trato digestivo atualmente podem ser abordados cirurgicamente através de via minimamente invasiva sem comprometimento dos resultados oncológicos e com as vantagens sabidamente conhecidas, como: redução do trauma cirúrgico, melhor recuperação pós-operatória e menor perda sanguínea. O tratamento cirúrgico de pacientes com neoplasias sincrônicas em diferentes órgãos representa provavelmente um cenário ainda mais desafiador em termos do planejamento estratégico. Apresentamos um caso de paciente octogenário com adenocarcinoma de reto distal e tumor primário de cauda de pâncreas abordado simultaneamente por via laparoscópica.

RELATO DE CASO

Homem de 83 anos com adenocarcinoma a 6 cm da borda anal. Tinha como antecedentes hipertensão arterial, tabagismo de 40 maços-ano e colecistectomia via incisão subcostal direita. Estadiamento inicial cT3cN0M0 com fáscia mesorretal livre e invasão vascular extramural positiva. Como achados adicionais apresentava um aneurisma fusiforme de aorta infra-renal com 5,1 cm, sem indicação cirúrgica pela cirurgia vascular. Foi indicado neoadjuvância com radioterapia de curso curto e quimioterapia de consolidação. No entanto, em re-estadiamento após 3 ciclos de quimioterapia, notou-se lesão nodular suspeita na cauda do pâncreas em proximidade com a artéria esplênica. Foi então realizada ecoendoscopia com biópsia que confirmou adenocarcinoma. Ressonância de pelve na ocasião mostrava resposta parcial à neoadjuvância. Foi optado por suspender quimioterapia e proceder com abordagem simultânea de ambas lesões por via laparoscópica através de retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto e colostomia terminal associada à pancreatectomia distal com esplenectomia. Não houve intercorrências cirúrgicas e o paciente recebeu alta da terapia intensiva no 2˚ PO e alta hospitalar no 7o PO. Anatomopatológico revelou um adenocarcinoma de reto ypT3N0 (0/24 linfonodos) e um carcinoma de células acinares de pâncreas pT3N2 (5/12 linfonodos acometidos), ambos com margens livres. Encontra-se em seguimento pós-operatório, bem adaptado à colostomia, sem recidiva da doença. Não realizou quimioterapia adjuvante para o tumor de pâncreas pela idade avançada.

DISCUSSÃO

O caso em questão ilustra a possibilidade e benefícios potenciais de tratamento simultâneo por via minimamente invasiva de tumores distintos que necessitam cirurgias de grande porte que foram realizadas de forma simultânea e sem intercorrências num paciente octogenário.

PALAVRAS CHAVE

câncer colorretal; câncer de reto; câncer de pâncreas; videolaparoscopia

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Disciplina de Coloproctologia, Departamento de Gastroenterologia, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS FARACO SOBRADO, GUILHERME CUTAIT DE CASTRO COTTI, GUILHERME NACCACHE NAMUR, PEDRO AVERBACH, CAROLINE DE FREITAS CIRENZA, ANTONIO ROCCO IMPERIALE, CAIO SERGIO RIZKALLAH NAHAS, SERGIO CARLOS NAHAS