Dados do Trabalho


TÍTULO

FISSURA ANAL: COMO OPERAMOS? ASPECTOS TECNICOS DE UMA SERIE DE 42 PACIENTES TRATADOS CIRURGICAMENTE NO HCFMUSP.

OBJETIVO

Descrição das técnicas cirúrgicas utilizadas numa série de casos 42 no HCFMUSP

MÉTODO

Estudo retrospectivo descritivo baseado na revisão de prontuários e bases de dados físicos e digitais do ambulatório de doenças anorretais do HCFMUSP.
Critérios de inclusão: todos os pacientes com diagnóstico de fissura anal operados de outubro de 2015 a fevereiro de 2021, no Serviço de Cirurgia do Cólon e Reto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP.
Critérios de exclusão: pacientes operados com diagnóstico de fissura anal secundária a afecções infecciosas, neoplásicas, doença de Crohn ou trauma de repetição.

RESULTADOS

A localização mais comum da fissura foi a linha média posterior (57%), seguida de fissuras posterior e anterior (17%), anterior isolada (14%) e atípica (10%). No intraoperatório, 21 (50%) dos pacientes apresentavam a tríade clássica da fissura anal crônica: fissura anal, plicoma sentinela e papila hipertrófica, nestes casos sempre excisados por fissurectomia envolvendo ou não o plicoma, a depender de sua utilização para a confecção de retalho. Para a realização da esfincterotomia interna, a técnica aberta foi preferencialmente escolhida. Com relação à localização, foi optado pela região lateral esquerda, evitando-se a linha média posterior, o lado direito ou posições alternativas na primeira operação. A extensão da secção do esfíncter não foi guiada por parâmetros da anatomia normal do canal anal, como a linha pectínea ou uma porcentagem do comprimento craniocaudal do esfíncter interno, mas tomando-se como referência o ápice da fissura, sendo realizada de forma calibrada (tailored sphincterotomy). Em nossa série, as cirurgias realizadas foram: esfincterotomia lateral interna aberta, associada a fissurectomia (45%); esfincterotomia lateral interna fechada, associada a fissurectomia (10%); esfincterotomia lateral interna aberta isolada (26%); esfincterotomia lateral interna fechada isolada (2%); retalhos de pele (15%); fissurectomia simples (5%). Em 31% dos pacientes (13), realizou-se outro procedimento cirúrgico além dos relacionados ao tratamento da fissura anal, sendo a maioria hemorroidectomias (11), seguido de fistulotomias (2).

CONCLUSÕES

É necessário que o cirurgião conheça os fatores determinantes para indicação da técnica cirúrgica da fissurectomia, com ou sem esfincterotomia, e domine as técnicas de esfincterotomia lateral interna clássica e calibrada, além da confecção de retalhos para que possa oferecer a melhor opção individualizada para cada paciente.
Em nosso serviço, temos a experiência com a realização de operações com base na história clínica e exame físico, com realização restrita de exames complementares, que pode ser replicada em outros centros sem prejuízo aos pacientes. O treinamento dos residentes tem possibilitado a padronização e replicação das técnicas descritas em serviços de todo o Brasil.

PALAVRAS CHAVE

Fissura anal, esfincterotomia, fissurectomia, retalho

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

JOSÉ AMÉRICO BACCHI HORA, CAROLINA REIS BONIZZIO, CARLOS WALTER SOBRADO JR, PEDRO AVERBACH, PEDRO AVERBACH, PEDRO AVERBACH, SÉRGIO CARLOS NAHAS