Dados do Trabalho


TÍTULO

PROLAPSO DE COLOSTOMIA EM PACIENTE COM ADENOCARCINOMA DE COLON DIREITO

INTRODUÇÃO

Mesmo em menor número comparado a outras complicações na confecção de estomas intestinais, o prolapso de bolsa ainda é uma das principais complicações com uma incidência maior em ileostomias do que em colostomias (CO). O estudo a seguir apresenta um relato de caso sobre um prolapso de alça intestinal em bolsa de colostomia, associada a um adenocarcinoma de cólon direito e a múltiplas internações hospitalares por recidiva de herniação paraestomal, obstrução intestinal e intensa dor abdominal, sem melhora com manejo clínico.

RELATO DE CASO

Paciente, sexo feminino, 51 anos refere que no início de setembro de 2020 apresentou dor intensa na região lombar, sendo realizada colonoscopia que mostrou tumor vegetante sub-estenosante de cólon direito e pólipo séssil de reto. Foi admitida em hospital terciário, onde realizou laparotomia exploradora e CO em alça de cólon ascendente e aposição de dreno túbulo-laminar ao longo do duodeno, iniciando quimioterapia após alta. Em fevereiro de 2020, apresentou protrusão de alça intestinal de CO e procurou hospital em cidade interiorana, onde foi realizada redução manual. Alças chegaram a prolapsar novamente, mas a própria paciente as reinseriu. Manteve-se assintomática até que, em abril de 2021, começou a apresentar quadro de dor difusa e intensa em abdome, associada a vômitos pós-prandiais e fezes escuras em bolsa de CO. Uma tomografia de abdome mostrou lesão de 5cm no recesso hepatopancreático sem visualização de nódulo hepático e linfonodomegalia. Foi encaminhada ao hospital apresentando prolapso de alça, com dor intensa à palpação abdominal profunda difusamente. A paciente foi internada e realizou nova TC de abdome que não evidenciou necessidade de abordagem cirúrgica. Dois dias depois, evoluiu com piora da dor, e aos exames evidenciou neutrofilia (neutro 85% / bast 1% / linf 6%) e PCR de 12,7, sendo solicitado parecer da equipe de cuidados paliativos, que orientou otimização de analgesia por via oral com morfina. Paciente seguiu com quadros repetidos de dor e sangramento refratários às medidas clínicas, sendo necessário aumentar a dose da morfina e associar metadona, porém a paciente veio a óbito pelo agravamento do quadro

DISCUSSÃO

O prolapso de CO pode causar grande impacto na saúde física e emocional do paciente. Para sua abordagem, pode-se utilizar técnicas cirúrgicas, como a ressecção da porção prolapsada, revisão, relocação ou, se possível, a reversão. Vale ressaltar que, de acordo com estudos, a taxa de recorrência nos três primeiros procedimentos é alta, principalmente quando realizadas em situações de emergência. No atual caso, não foi realizado um novo procedimento devido ao estado geral da paciente, o qual deve ser meticulosamente avaliado para definir se o manejo será clínico ou cirúrgico. Nessa perspectiva, o caso abre discussão a respeito das complicações de estomas intestinais, principalmente no que tange à pacientes oncológicos, tendo de ser avaliados caso a caso a depender das condições clínico-cirúrgicas.

PALAVRAS CHAVE

Colostomia, Prolapso

Área

URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS

Instituições

Hospital Geral Waldemar de Alcântara, Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

GISLANO HEVERTON SOARES DE LIRA, GABRIELLA AMÂNCIO MATOS, REBECA DE MESQUITA OLIVEIRA HAMDAN, PEDRO VITOR AMORIM WEERSMA, ARTHUR ANTUNES COIMBRA PINHEIRO PACÍFICO, BÁRBARA MATOS DE CARVALHO BORGES, FÁBIO AUGUSTO XEREZ MOTA, VITOR SAUWEN PAIVA