Dados do Trabalho


TÍTILO

RETOPEXIA VENTRAL ROBOTICA COM USO DE TELA

INTRODUÇÃO

Apesar de o prolapso de reto ser uma afecção benigna, pode levar a sintomas incapacitantes e queda significativa da qualidade de vida. Esse distúrbio ocorre mais em mulheres idosas, é relativamente incomum, e de etiologia pouco conhecida. O tratamento é invariavelmente cirúrgico e, para tanto, dispomos de inúmeras técnicas que objetivam corrigir o prolapso e restaurar a função anorretal.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 40 anos, com IMC de 29. Paciente apresentava queixa de evacuação obstruída e constipação intestinal, não responsiva a dieta rica em fibras, atividade física e métodos laxativos. Para elucidação diagnóstica foram solicitados exames complementares. A videodefecografia evidenciou intussuscepção retoanal e retocele grau 3, enquanto a manometria anorretal mostrou leve diminuição da pressão de repouso. Foi optado por retopexia ventral robótica com uso de tela.
O procedimento foi realizado com a paciente em posição de Lloyd-Davies, Trendelenburg e decúbito lateral direito de 20 graus. Foi realizado docking do sistema robótico DaVinci XI à esquerda da paciente. O cirurgião identificou o plano retovaginal e realizou dissecção cuidadosa do peritoneo e da parede do reto anterior, após confirmação da parede posterior da vagina por toque vaginal. Realizado liberação dos ligamentos com intuito de prevenir persistência da constipação. Após mobilização do reto, foi realizada sutura continua fixando tela dupla-face na parede anterior do mesmo e fixação da tela ao promontório sacral. Por fim, foi realizado fechamento completo do peritoneo na tentativa de evitar complicações associadas a tela.

DISCUSSÃO

A retopexia ventral é uma opção terapêutica para o tratamento do prolapso retal, interno ou externo, assim como quando o mesmo é associado a retocele e pode ser também realizada colpopexia em conjunto com a retopexia.
A via robótica favorece uma dissecção mais precisa do plano retovaginal, além de facilitar sutura, quando comparada com a técnica laparoscópica, mantendo excelente ergonomia para o cirurgião.
No caso desta paciente, com o achado de leve diminuição de pressão de repouso à manometria anorretal, foi favorecida a cirurgia por via abdominal ao invés de via transanal, de forma a diminuir complicações que pudessem impactar na continência anal.

PALAVRAS CHAVE

retopexia ventral robótica, prolapso retal, cirurgia minimamente invasiva, cirurgia robótica, doenças do assoalho pélvico

Área

CONSTIPAÇÃO E DOENÇAS DO ASSOALHO PÉLVICO

Instituições

Hospital Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

ANA SARAH PORTILHO, VICTOR EDMOND SEID, MARLENY NOVAES FIGUEIREDO, RAFAEL VAZ PANDINI, LUCAS SOARES GERBASI, MARCELLI TAINAH MARCANTE, RAFAELA SOUSA NOVO, SERGIO EDUARDO ALONSO ARAUJO