Dados do Trabalho


TÍTULO

CONFECÇAO DO RETALHO DE CINGAPURA PARA RECONSTRUÇAO DE VAGINA EM PACIENTE PORTADORA DE CARCINOMA ESPINOCELULAR ANAL RECIDIVADO

INTRODUÇÃO

A excisão de tumores anais localmente avançados ou recidivados constitui um grande desafio para o cirurgião, já que, geralmente, acarreta em ressecções grandes e desfigurantes, o que impacta na qualidade de vida, principalmente dos pacientes mais jovens.
Para resgatar funcionalmente e esteticamente a região perineal, é importante que o cirurgião disponha de conhecimento sobre técnicas de reconstrução.

RELATO DE CASO

D.C.G, 39 anos, compareceu ao ambulatório de coloproctologia em 11/2017 através de encaminhamento feito na atenção secundária para propedêutica de proctalgia. Sem comorbidades, 2 partos normais. Exame físico: abdome livre, ausência de adenopatia inguinal; toque vaginal: mucosa íntegra, grande nodulação acima do introito; toque retal: mucosa irregular além de nodulação em reto.
Realizada ressonância magnética (RNM) de pelve que evidenciou lesão expansiva junto ao reto, ântero-lateral esquerda do canal, inespecífica, na proporção de 2x1,9x1,5 cm. Submetida a biópsia transretal, onde foi evidenciado carcinoma espinocelular (CEC) moderadamente diferenciado. Enviada para a Oncologia para realização de radioterapia (RT) e quimioterapia (QT).
Término da QT e RT em 03/2018. Em RNM de pelve para avaliação terapêutica, foi evidenciado regressão de doença. Paciente assintomática, toque retal com mucosa íntegra, presença de alterações cicatriciais. Realizado acompanhamento ambulatorial a cada 3 meses, assim como realização de RNM e controle.
Durante acompanhamento ambulatorial em 07/2019, evidenciado abaulamento endurecido em parede anterior do reto, fixo; toque vaginal com mucosa lisa, sem sinais de doença. Submetida então a nova biópsia transretal, que constatou carcinoma de células escamosas, pouco diferenciado. Optado por tratamento cirúrgico.
Realizada amputação abdominoperineal com confecção de retalho de musculatura reto-abdominal sem aponeurose e pele para o fechamento do oco pélvico – ato sem intercorrências. Anatomopatológico (AP): histologia compatível com CEC pouco diferenciado invasor de reto e canal anal além de alterações secundárias a quimio/radioterapia. linfonodos livres de neoplasia. Realizado acompanhamento trimestral.
Em 02/2021, evidenciado enduramento bilateral em introito vaginal. Realizado então biópsia de introito vaginal, sendo diagnosticado carcinoma de células escamosas recidivado. Optado por ressecção de recidiva em parede posterior de vagina com confecção de Retalho de Cingapura em 03/2021. AP: recidiva de CEC, margens livres. Desde então paciente apresenta boa evolução de ferida operatória, com cicatrização completa. Deambulando sem dificuldades, ausência de saída de secreção, retorno de atividade sexual.

DISCUSSÃO

O tratamento cirúrgico curativo está associado a comprometimento físico e funcional. O desafio na cirurgia reconstrutora está no estabelecimento de funções fisiológicas, tais como a sexual.

PALAVRAS CHAVE

carcinoma de células escamosas, reconstrução, retalho, vagina

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MATHEUS MATTA MACHADO MAFRA DUQUE ESTRADA MEYER, ILSON GERALDO DA SILVA, GUILHERME DE ALMEIDA SANTOS, JONE PEREIRA DA SILVA, JULIA DE OLIVEIRA FONSECA, LUCAS BANTERLI VINHAS, JORDANIA ALKMIM JORDAO, VIVIAN SCARLLETH LOPES OLIVEIRA