Dados do Trabalho


TÍTULO

EXENTERAÇAO PELVICA ASSOCIADA A AMPUTAÇAO ABDOMINOPERINEAL EM PACIENTE COM ADENOCARCINOMA DE RETO DISTAL LOCALMENTE AVANÇADO

INTRODUÇÃO

As neoplasias localmente avançadas de reto ocorrem entre 5 e 10% dos casos. Quando possível ressecção R0, a sobrevida global em cinco anos aumenta em torno de 40 a 75%. Mesmo assim a recorrência após tratamento ocorre em cerca de 15%. O objetivo do nosso trabalho é relatar um caso de paciente com diagnóstico de adenocarcinoma de reto distal, localmente avançado, com invasão de canal anal, próstata, vesículas seminais e bexiga. Submetido à tratamento neoadjuvante seguido de exenteração pélvica e amputação abdominoperineal do reto.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 60 anos, hipertenso, compareceu em consulta ambulatorial em serviço de referência em oncologia queixando-se de sangramento nas fezes, associada à dor de forte intensidade em região anal. Exame colonoscópio com lesão de reto distal infiltrativa com 70% da circunferência do órgão acometido, e com 7 cm de extensão. Marcadores tumorais sem alterações. Ressonância de pelve com lesão expansiva entre parede anterior do canal anal/reto baixo, próstata com sinais de ulceração, de limites mal definidos, medindo cerca de 6,2x5,9x5,3cm. Demais exames de estadiamento descartaram disseminação da doença. Exame proctológico com lesão comprometendo a linha pectínea, ulcerada fixa aos planos profundos, sangrante ao toque. Foi submetido a radioterapia 28 sessões dose de 5400 cGy associado a quimioterapia com Capecitabina. Após exames de re-estadiamento paciente foi operado 10 semanas após término da radioterapia, sendo submetido a exenteração pélvica com amputação abdominoperineal, linfadenectomia pélvica, urostomia à Bricker e colostomia terminal. Anatomopatológico da lesão confirmou adenocarcinoma moderadamente diferenciado medindo seis cm, de reto e canal anal, ulceração presente, 0/26 linfonodos, bexiga e próstata invadidas por neoplasia. Estadiamento pT4bpN0M0. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Inicialmente utilizada para tratamento paliativo de neoplasias de colo de útero recidivado, a exenteração pélvica foi descrita por Brunschwig em 1948. Este procedimento pode ser necessário no câncer de reto localmente avançado, uma vez que 6 a 10% dos casos encontram-se em estágio localmente avançado (T4) ao diagnóstico. As recidivas pélvicas, também, podem ocorrer em taxas que variam de 10 a 50 % dos casos. A ressecção cirúrgica completa, em monobloco, visando margem radial adequada, abrangendo, tanto a neoplasia quanto os órgãos adjacentes comprometidos, podem oferecer real possibilidade de controle da doença.

PALAVRAS CHAVE

Exenteração Pélvica; Câncer de Reto

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil

Autores

KAUANA BREDA, FRANCO MILAN SAPUPPO, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME