Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: TUMOR DE CELULAS GRANULARES DE MARGEM ANAL

INTRODUÇÃO

Relato de tumor de células granulares de margem anal em paciente do sexo feminino de 65 anos. O envolvimento do trato gastrointestinal ocorre em apenas 5% dos casos, por este motico o caso chama atenção pela rara apresentação de um tumor de células granulares em região perianal, onde foram descritos apenas 30 casos na literatura

RELATO DE CASO

V.F.C, sexo feminino, 65 anos, de São Paulo, sem comorbidades. Paciente procurou atendimento com queixa de nódulo perianal crescendo há 2 anos. Realizou tratamento para doença hemorroidária sem sucesso e com queixa de ausência de exame da lesão. Na avaliação do exame proctológico no serviço terciário, foi evidenciada lesão fibroelástica, não aderida a planos profundos, na margem lateral direita posterior, com 5 cm de diâmetro e extensão por 1cm pelo canal anal. A ressonância magnética evidenciou lesão em borda anal posterior, de contornos regulares, de 3x2,2x3,3cm, sem comprometimento muscular do anel anorretal e de outras áreas. A hipótese diagnóstica foi um tumor mesenquimal. Para diagnóstico e tratamento, foi realizada biópsia excisional com margem de 1cm da lesão.O resultado anátomo patológico foi de tumor de células granulares com margens livres. Paciente segue em acompanhamento sem sinais de recidiva e permanece assintomática

DISCUSSÃO

Os tumores de células granulares apresentam-se como nódulos pequenos, circunscritos, submucosos e com diâmetro menor que 2cm. O envolvimento do tubo digestivo ocorre em 5% dos casos, podendo ser múltiplos, entretanto é dificilmente observado em região perianal. Há cerca de 30 casos de TCG perianal relatados na literatura, classificando-a como uma neoplasia rara. Sua origem se dá a partir de células de Schwann, identificada devido às suas características imunohistoquímicas. A avaliação por hematoxilina-eosina permite o diagnóstico definitivo, no entanto é limitada na avaliação para diferenciação de carcinoma espinocelular. A doença costuma ser assintomática e iniciar entre 40 e 60 anos, predominantemente no sexo feminino. O relato se destaca por ser em margem anal e pela presença de dor anal. O curso clínico benigno é o mais característico, apesar de raros episódios de lesões invasivas e metástases. Não há protocolos para seguimento dos pacientes e as metástases distantes são a forma de identificação de malignidade. O tratamento consiste em excisão local do tumor nos benignos e nos malignos. Nos casos malignos, complementa-se a investigação com cintilografia óssea e tomografia de abdome e pelve, para avaliar metástases.
O caso se destaca pela apresentação atípica de um tumor de células granulares em margem anal e sintomático, recebendo diagnóstico prévio de doença hemorroidária e tratamento para tal. Questiona-se a ausência do exame proctológico e a sua qualidade deficitária por médicos não especialistas, sendo queixa de pacientes. Tal avaliação é necessária em pacientes com queixa e para isso é preciso desmistificar essa etapa diagnóstica.

PALAVRAS CHAVE

neoplasia benigna de canal anal; técnicas minimamente invasivas; tumor de células granulares

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ALINE CELEGHINI ROSA VICENTE, BARBARA ARIOLLI BERTAGLIA, GABRIEL BASSANI SIMÕES DA SILVA, MARIANA MATOS DE VASCONCELOS, RENATA PARADA AMORIM, LEONARDO SEMENTILLI, THIAGO DA SILVEIRA MANZIONE, FANG CHIA BIN