Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA ESPINOCELULAR INVASIVO MODERADO DIFERENCIADO: UM RELATO DE CASO

Introdução

O câncer anal ocorre no canal, o qual entende-se do reto até a pele perianal, e nas bordas externas do ânus, é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores colorretais.1,2 Os tumores malignos surgem em tipos diferentes de tecidos, sendo o espinocelular o tipo histológico mais comum - quando originado da pele queratinizada do canal anal -, observado em até 47% dos casos.1,2,3 Dados epidemiológicos evidenciam diferentes fatores de risco para o desenvolvimento da patologia, como doenças sexualmente transmissíveis, presença do vírus da imunodeficiência humana (HIV), coito anal, tabagismo, doenças perianais e imunodepressão.3,4,5 O estadiamento deste câncer obedece ao sistema UICC (International Union Against Cancer) de 1987, onde T equivale ao tamanho e à invasão do tumor nas diferentes camadas do órgão, N faz relação a invasão de linfonodos e M a presença ou não de metástases. Os tumores menores que 2 cm e os bem diferenciados têm melhor prognóstico.2,4,5

Relato de Caso

Paciente feminino, parda, 41 anos, refere dor na região anal em queimação de intensidade 8/10 na escala analógica da dor, com irradiação para região perianal, glútea interna e vulvar há 7 meses, acompanhada de nódulo, secreção anal amarelada, com odor fétido e aspecto viscoso, e perda ponderal de 5kg no último mês. Relata, também, episódios de prurido anal e febre intermitente. Nega tabagismo, etilismo, comorbidades e HVI. Ao exame físico: presença de nódulo circular, rígido e estático localizado na linha pectínea. Ao toque retal e exame histopatológico: presença de secreção liquefeita neoplásica, massa neoplásica extensa com comunicação reto-vaginal. Submetida, dessa forma, a TC de abdome que evidenciou massa sólida com área central liquefeita medindo 92 x 106,9 x 68,9mm - acometendo canal anal, reto baixo, colo do útero e canal vaginal - e linfadenopatias no retroperitônio. Foi realizado uma colostomia juntamente com biopsia de canal anal, a qual detectou neoplasia, correspondendo a carcinoma espinocelular (CEC) invasivo moderadamente diferenciado, estadiamento IIIB: T4N1M0.

Discussão

O rastreamento para câncer de ânus, contudo, ainda não é bem difundido no Brasil. É de grande relevância identificar grupos de risco para CEC de canal anal para referenciá‐los para rastreamento e ter alto índice de suspeição ao se deparar com pacientes soropositivos e lesões perianais. Desse modo, este relato apresenta um caso clínico-cirúrgico de CEC de borda anal com apresentação atípica, pois o paciente não possui HIV ou presença de doenças sexualmete transmissiveis.

Palavras Chave

Cancer anal; Carcinoma espinocelular invasivo moderadamente diferenciado;

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade Estadual de Santa Cruz - Bahia - Brasil

Autores

Isabella Fernandes, Marcela Sousa Araujo, Renata Emanuele Antunes Almeida, Helder Moreira Borges Filho, Lucas Augusto Rodrigues de Oliveira, Micael Cruz Santana, Thales Maia Teixeira