Dados do Trabalho


Título

USO DE BALAO INTRA-HEPATICO NO TRAUMA HEPATICO TRANSFIXANTE: RELATO DE CASO

Introdução

O traumatismo hepático está associado a importante taxa de morbimortalidade. A identificação e manejo do tipo de trauma dever ser feito para maior sobrevida do paciente. O trauma transfixante do fígado, de difícil acesso e manejo, necessita de técnica cirúrgica adequada. Sendo assim, a utilização de balão intra-hepático é eficaz e reduz a mortalidade em lesões hepáticas transfixantes graves.

Relato de Caso

Paciente, feminino, 66 anos, vítima de ferimento por arma de fogo em hemitórax esquerdo, hemodinamicamente estável, apresentando orifício de entrada em mama esquerda, equimose em flanco direito, não identificado orifício de saída. Tomografia computadorizada de abdome e pelve evidenciou pneumoperitônio e lesão em lobo hepático direito. Foi indicado e realizado laparotomia com identificação de lesões em diafragma esquerdo, gástrica transfixante (parede anterior em pequena e grande curvatura), de vesícula biliar e transfixante de fígado (lesão Grau III da AAST) com sangramento ativo, além de conteúdo gástrico na cavidade abdominal. Realizou-se manobras para contenção de sangramento seguido de confecção de balão intra-hepático com sonda nasogástrica nº 20 e dreno de Penrose nº 3, posicionado através do trajeto da lesão hepática e insuflado com soro fisiológico a 0,9% até hemostasia. Realizado contra-abertura em flanco direito com exteriorização do dispositivo intra-hepático e fixação à pele. Realizado também frenorrafia, gastrorrafia, colecistectomia e drenagem fechada de tórax à esquerda. Previsão de esvaziamento de balão e reavaliação em 48 horas. Paciente foi a óbito em 48 horas devido intensa resposta endócrino- metabólica ao trauma, evoluindo com insuficiência renal e respiratória, sem sinais de sangramento.

Discussão

O conhecimento de técnicas alternativas para acesso a lesões graves é importante para que se possa melhorar a sobrevida dos pacientes. O uso do balão intra-hepático, apesar de ser uma técnica pouco usada, é muito importante quando se encontram lesões transfixantes no fígado cujo acesso é difícil e a lesão é grave. Seus componentes são de fácil acesso e a confecção é simples. O estudo sobre o uso desse tipo de dispositivo para lesão hepática ainda é pouco descrito, por isso, seus benefícios ainda não conhecidos comparando a outras formas de hemostasia para lesão hepática, como empacotamento com compressas, por exemplo. O balão intra-hepático é uma boa e rápida opção para o tratamento de lesão transfixante do fígado, diminuindo a morbimortalidade dos pacientes que chegam aptos para uma abordagem cirúrgica de emergência.

Palavras Chave

Fígado; Trauma Hepático; Cirurgia Geral.

Área

TRAUMA

Instituições

Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) - Amazonas - Brasil

Autores

Renato da Silva Galvão, Thais Regina Moreira Printes, Juan Eduardo Rios Rodriguez, Thais Caroline Sales Raposo, Messias Froes da Silva Junior