Título

ABORDAGEM PELA CIRURGIA PLÁSTICA DO H DE UM CARCINOMA ESPINOCELULAR AGRESSIVO - FIBROXANTOMA ATÍPICO

Introdução

O carcinoma espino-celular (CEC) é o segundo câncer de pele mais comum no Brasil e no mundo, com o surgimento a partir da proliferação maligna de queratinócitos presentes na epiderme. Assim, os fatores de risco associados ao CEC, são: idade avançada, história familiar positiva, distúrbios hereditários, imunossupressão, inflamação crônica, exposição cumulativa aos raios ultravioleta, radiação ionizante e arsênio. O fibroxantoma atípico (FA) é um raro tipo histológico de CEC, o qual apresenta-se macroscopicamente como um nódulo ou pápula, avermelhado, único e na cabeça do paciente que pode evoluir com ulceração e sangramento local. Um dos motivos que justificam a relevância de solicitarmos imunohistoquímica na avaliação de tumores de pele está no fato de termos um prognóstico diferenciado em tumores mais agressivos como o FA, que possui alto potencial de metástase quando comparado com a maioria dos outros tipos histológicos de CEC. Esse trabalho tem como objetivo destacar: a importância de orientarmos nossos pacientes quanto a relevância da prevenção do CEC baseado nos fatores de risco e estarmos atentos às complicações advindas do CEC e suas variantes mais agressivas, a fim de termos suspeição diagnóstica rápida e tratamento precoce.

Relato de Caso

BR, 86 anos, masculino, veio encaminhado via CROSS para o serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Ipiranga devido a lesão em polo superior de orelha externa esquerda há 3 meses de crescimento rápido e progressivo, friável ao toque, com ulceração associado a dor e prurido local. Quanto a história pregressa a comorbidade apresentada foi hipertensão arterial sistêmica em tratamento com atenolol, negava alergias e tabagismo prévio. No exame físico, havia a presença de lesão em polo superior de orelha externa esquerda de aproximadamente 4,5 x 4,0 cm, friável ao toque, sem comprometimento do pavilhão auricular médio e interno e com preservação da audição. Avaliação dos demais aparelhos sem alterações. No primeiro atendimento ambulatorial foram solicitados exames pré-operatórios e programação cirúrgica de exérese da lesão e reconstrução em 2 tempos.
Assim, o paciente teve a realização da primeira cirurgia, na qual foi realizado exérese da lesão em polo superior de orelha externa com reconstrução da hélix por aproximação primária, concluindo com o envio da peça para avaliação do patologista. Após 1 mês, anátomo-patológio teve como resultado neoplasia de células epitelióides e fusocelulares com comprometimento de cartilagem, com estudo imuno-histoquimica mostrando fibroxantoma atípico. Sendo necessário uma segunda abordagem para ampliação das margens e reconstrução do polo superior da orelha externa com aproximação da Helix como retalho a região temporal.

Discussão

A reconstrução em dois tempos apresenta-se como melhor opção por avaliar o acometimento de estruturas e a possível necessidade de ampliação das margens da lesão.

Palavras Chave

carcinoma espino-celular
CEC
fibroxantoma atípico
reconstrução de orelha