Dados do Trabalho
Título
NEOPLASIA MALIGNA DA PROSTATA E PROSTATECTOMIAS EM ONCOLOGIA: ANALISE DOS IMPACTOS SOBRE A SAUDE PUBLICA BRASILEIRA
Objetivo
Neoplasias malignas da próstata constituem o segundo tipo de câncer mais comum na população masculina, excluindo-se os cânceres de pele não-melanoma. Possuem relevante contribuição na mortalidade, com significativo impacto na Saúde Pública no Brasil. Uma opção terapêutica é o tratamento ciŕurgico pela prostatovesiculectomia radical, a qual resulta custos e implicações sobre o sistema de saúde. Este trabalho objetiva analisar o panorama epidemiológico do câncer de próstata e seu tratamento cirúrgico na perspectiva da Saúde Pública.
Método
Estudo epidemiológico de caráter ecológico, utilizandoinformações do DataSUS (SIH), considerando o período de 2008 a 2018, no Brasil. A análise estatística foi efetuada através do VassarStats (Vassar College/USA), no qual p < 0,05 foi considerado significativo.
Resultados
No período computou-se 119.230 internamentos por câncer de próstata e tendência de crescimento ao ano de 9,46% (p < 0,05). Registrou-se 12.653 prostatectomias em oncologia, crescimento ao ano de 7,1% (p > 0,05). O Sudeste teve o maior número de casos de câncer, com 53% dos casos, 2,6x mais que Sul e 3,18x que Nordeste, segunda e terceira região com mais casos, respectivamente (p < 0,05). Também nas prostatectomias, com Sudeste em primeiro, 62% dos casos, 7x mais que Nordeste e 3x mais que Sul (p < 0,05). Registrou-se 20.613 óbitos por câncer de próstata no período, 14.146 em pacientes com 70 anos ou mais. Maior mortalidade foi associada a ter 70 anos ou mais, quando comparada a pacientes mais jovens (p < 0,05, OR = 1,92 [1,86 – 1,98]). A maior taxa de mortalidade está na região Norte, 20,14/100.00 habitantes, seguida do Nordeste, 19,36/100.000 habitantes, ambas superiores à taxa nacional de 17,29/100.000 habitantes (p < 0,05). O custo total dos internamentos por câncer de próstata no período foi R$ 148.073.576,96, enquanto para prostatectomias foi de R$ 55.284.961,84. O custo médio por internamento por neoplasia foi de R$ 1242,00, enquanto para cirurgias, R$ 4369,00, 3,5 vezes mais (p < 0,05).
Conclusões
Houve tendência de crescimento dos casos de câncer, mas o mesmo não foi visto para as prostatectomias, indicando que outras formas de tratamento têm ganhado espaço. O Sudeste teve o maior número de casos e cirurgias, reflexo da densidade populacional e acesso a saúde.Apesar de menos casos, Norte e Nordeste despontam com maior mortalidade que a média brasileira, sugerindo a precarização da saúde regional. Indivíduos mais idosos têm maior chance de virem a óbito, provavelmente por conta de comorbidades associadas, imunossenescência e estádio mais avançado da doença.Ainda, os custos médios com prostatectomias são consideravelmente superiores que a internação em si, razão pela qual medidas de identificação e tratamento precoces podem auxiliar a diminuir custos no Brasil.
Palavras Chave
Prostatectomia, Neoplasia de Próstata, Oncologia, Urologia
Área
UROLOGIA
Instituições
Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
Benjamim Messias de Souza Filho, João Henrique Fonseca do Nascimento, Adriano Tito Souza Vieira, Pedro Igor de Moura Souza, Monique Magnavita Borba da Fonseca Cerqueira, Bernardo Fernandes Canedo, André Gusmão Cunha, André Bouzas de Andrade