Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRURGICO PARA EXERESE DE LINFANGIOMA OROFACIAL COM POSTERIOR RECONSTRUÇAO UTILIZANDO RETALHO LIVRE MICROCIRURGICO ANTEBRAQUIAL
Introdução
Os linfangiomas são classificados atualmente como hamartomas benignos dos vasos linfáticos, que acometem principalmente crianças, mas podem ser observados em adultos. Embora parte da literatura considere essas malformações hamartomatosas como neoplasias verdadeiras, a maioria dos autores as classificam como más formações congênitas advindas de sequestros de tecido linfático que não interage normalmente com o restante do sistema linfático e, em geral, é encontrada com maior frequência em cabeça ou pescoço e, menos comumente, em extremidades ou tronco.
Relato de Caso
Paciente do gênero feminino, 18 anos, em acompanhamento ambulatorial após retirada de linfangioma bucal na infância, com acometimento extenso invadindo órbita sendo indicado, inclusive, enucleação neste tempo cirurgico além de maxilectomia parcial ipsilateral. Apresenta recidiva de lesão nodulariforme contrastada com 1,0 x 2,0 cm, evidenciada em exame tomográfico de controle, em área de mucosa jugal, palato e sulco gengiva jugal superior e parede lateral nasal esquerda.
Realizada nova ressecção, em monobloco por maxilectomia medial incluindo corneto inferior e medial da fossa nasal e neoplasia visível de 2,0 cm por incisão facial a Weber Ferguson modificada com fenda em comissura lateral esquerda, com reconstrução utilizando retalho livre microcirurgico antebraquial esquerdo com anastomose da artéria e veia facial com as respectivas radiais, por incisão submandibular esquerda, e enxertia de pele parcial em antebraço esquerdo, tendo como área doadora a coxa esquerda
Discussão
Em contraste ao achado do caso descrito, a predominância das lesões linfangiomatosas tem uma proporção de 2:1, em relação ao gênero masculino e, no que se refere à faixa etária, aproximadamente 80% de casos relatados se manifestam desde antes do nascimento até os 2 anos de idade, sendo a idade adulta a de menor frequência. Quanto à recorrência pós-cirúrgica, relata-se que 10% a 38% dos casos recidivam após a remoção total da lesão.
O diagnóstico dessas lesões deve ser estabelecido pelo exame clínico e biópsia, além disso, exames complementares de imagem para melhor delimitar sua localização e extensão - a ecografia é o melhor para diferenciar uma massa sólida de uma massa cística, enquanto que a tomografia computadorizada e as imagens por ressonância magnética podem determinar com clareza a extensão da lesão antes da cirurgia.
Os tratamentos dos linfangiomas abrangem desde a excisão, terapias medicamentosas esclerosantes e acompanhamento. No presente caso foi realizada uma excisão cirúrgica completa, durante a biopsia excisional. Por meio dos achados da literatura e do caso relatado, nota-se a necessidade de conhecer bem a caracterização clínica das malformações vasculares a fim de determinar tanto um correto diagnóstico acerca do tratamento, bem como sua possível, e comum, recorrência desta lesão, apesar de pouco descrita na literatura esta última, estabelecendo um melhor prognóstico para o paciente.
Palavras Chave
Palavras-chave: Linfangioma, Patologia bucal, Reconstrução orofacial
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
Vitor de Carvalho Zanatta, Luís Felipe Savio, Juliana de Araujo Oliveira, Gustavo Reviglio Soncini, Fabricio Inácio de Moraes Nascimento, Giuliano Molina de Melo, Daniel Vieira de Oliveira