Dados do Trabalho
Título
PERFURAÇAO ESOFAGICA: ABORDAGEM LAPAROSCOPICA
Introdução
A perfuração do esôfago no adulto apresenta alta morbimortalidade, o tratamento ideal é controverso. As principais causas são corpos iatrogênicos, traumáticos, espontâneos e estranhos. A taxa de morbimortalidade está diretamente relacionada ao atraso no diagnóstico e início do tratamento. A mortalidade relatada pela perfuração esofágica tratada é de 10% a 25%, quando a terapia é iniciada dentro de 24 horas após a perfuração, mas pode aumentar de 40% a 60% quando o tratamento é adiado além de 48 horas. Recomenda-se o fechamento primário do local da perfuração e a ampla drenagem do mediastino se a perfuração for detectada em menos de 24 horas.
Relato de Caso
Masculino, 58 anos, HIV. Transferido pelo SAMU por um quadro de provável perfuração esofágica na transição esofágo-gastrica, de possível etiologia por infecção oportunista. Clínica de aspiração aguda apòs refeição. No momento da internação com sinais vitais estáveis, tomografia de tórax e abdome evidenciando-se espessamento parietal do esôfago torácico distal associado a pequena hérnia de hiato gástrica, destacando ao nível da transição esôfago-gástrica a presença de solução de continuidade em sua parede ântero lateral esquerda. Pneumomediastino com gás na região periesfageana e pneumoretroperitoneo. Realizada videolaparoscopia de urgência. Coloca-se paciente em decúbito em posição francesa; identifica-se abscesso subfrênico, com perfuração em transição gástrica lateral esquerda, após passagem de sonda nasoentérica sob visualização direta, rafia-se a lesão com confecção de patch de omento. Paciente com evolução favorável, recebe alta no 9 dia pós operatório.
Discussão
Um agravamento das perfurações torácicas é o prolongamento intra-abdominal, pois adicionam contaminação à cavidade abdominal e geralmente requerem uma laparotomia. Nos últimos 5 anos, um aumento na incidência dessas perfurações com um componente intra-abdominal foi observado como uma complicação do tratamento laparoscópico do refluxo gastroesofágico. Neles, o prognóstico é muito bom com a sutura primária, pois geralmente são diagnosticados e tratados durante o mesmo ato operatório. O problema ocorre nos casos de perfuração espontânea do esôfago, nos quais o diagnóstico geralmente é tardio e geralmente é complicado por peritonite e mediastinite. Se for tratado nas primeiras horas, com poucos sinais de mediastinite, o esôfago perfurado pode ser abordado pela via abdominal e tentar fazer uma sutura simples com ou sem um adesivo de reforço. Infelizmente, a mediastinite no momento do tratamento geralmente é avançada, exigindo esofagectomia ou, se estiver em mau estado, exclusão bipolar, o que condiciona maus resultados neste local. Os casos de perfuração esofágica são eventos pouco frequentes. A morbimortalidade aumenta no diagnóstico tardio. Destaca-se que a videolaparoscopia mostra-se como uma boa opção na abordagem diagnóstico e terapêutico definitivo.
Palavras Chave
Perfuração Esofagica; Tratamento; Laparoscopia;
Área
ESÔFAGO
Instituições
Santa Casa de Misericordia do Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Pedro Luis Maldonado Muñoz, João Paulo Carlotto Bassotto, Eduardo José Bravo Lopez, Mayara Christ Machry, Fábio Herrmann, Diego Marcelo Montesdeoca Rodriguez, Victor Antônio Brocco, Mohamad Hassan Hamaoui