Dados do Trabalho


Título

USO DO RETALHO DE RIEGER PARA LESOES AMPLAS DE DORSO E PONTA NASAL: RELATO DE UMA SERIE DE CASOS

Introdução

A delicada anatomia do nariz, combinada com sua importância funcional e estética, faz da reconstrução nasal um processo desafiador e recompensador. A reconstrução, tanto estética como funcional, de defeitos nasais é um desafio ao cirurgião plástico, uma vez que há diversas técnicas cirúrgicas descritas disponíveis para correção de defeitos cutâneos distintos.

Relato de Caso

Paciente G.S., sexo masculino, 56 anos de idade, paciente H.U., sexo masculino, 67 anos de idade e paciente J.S., sexo feminino, 62 anos de idade, portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus do tipo 2, todos com comorbidades controladas clinicamente. Vêm a consulta com o serviço de cirurgia plástica do Hospital São Lucas da PUCRS, encaminhados via secretaria de saúde, com suspeita de neoplasia em região de dorso nasal. Os três pacientes passaram por avaliação clínica prévia e liberação com baixo risco cirúrgico. Após nova avaliação das lesões pela equipe cirúrgica, foi optado pela realização de biópsia incisional e envio da peça a exame anatomopatológico. Os resultados do anatomopatológico demonstraram a presença de Carcinoma Basocelular (CBC) para o paciente G.S., Carcinoma Basocelular para a paciente J.S e Carcinoma Epidermóide Convencional (CEC) para o paciente H.U; todos na região do dorso nasal. Com base nos resultados, foi feito tratamento cirúrgico com ressecção da lesão com margens oncológicas adequadas (5mm no caso de CBC e 10mm para o CEC) e reconstrução do dorso nasal dos pacientes. A menor lesão tinha 2cm e a maior lesão tinha 3cm. Para reconstrução do dorso nasal, o cirurgião optou pela utilização do Retalho de Rieger nos três casos. Obteve boa recuperação pós-operatória, sem complicações, com boa cobertura de dorso e ponta nasal e com resultado estético satisfatório

Discussão

O retalho de Rieger é um retalho local que pode ser utilizado para reconstruir defeitos da pele do nariz em um único procedimento, sendo eficaz para fechamento de pequenos defeitos da porção distal da pirâmide nasal, principalmente quando localizadas medialmente. Envolve a rotação em avanço da pele nasal dorsal, da região proximal, para cobrir defeitos no nariz distal. O retalho é desenhado da mesma forma que um retalho glabelar estendido; deve ser músculo-cutâneo. Após descolamento adequado, o retalho é rodado/avançado inferiormente, sendo o defeito glabelar suturado de maneira primária. Todavia, apesar de se aplicar classicamente em lesões com dimensões menores que 2 cm; foi optado por sua utilização em lesões com dimensões superiores aos indicados por Rieger; para tal escolha, o cirurgião baseou-se nas características do tecido que seria utilizado, todas apresentavam frouxidão da glabela e pele dorso-nasal suficientes para o uso dessa técnica. Sendo assim, concluímos que, apesar do retalho ter sido fundamentado para lesões de até 2 cm, a série de casos mostrou que o retalho é factível para lesões maiores provendo boa cobertura e resultado estético satisfatório

Palavras Chave

Retlaho de Rieger, dorso nasal, carcinoma basocelular, tumor não melanoma, lesão nasal

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Hospital São Lucas da PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Ignacio Salonia Goldmann, Stefano Almeida Thofehrn, Bernardo Rivera Fernandes Severo, Eduarda Rodrigues Bonamigo, Giovanni Reveilleau Dallapicola, João Vitor Dal Ponte Zatt, Lucas Tomkowski Cancian, Milton Paulo de Oliveira