Título

ANALISE DAS TAXAS DE INTERNAÇOES POR PANCREATITE AGUDA NA REGIAO SUDESTE, NO PERIODO DE 2010 A 2019.

Objetivo

Analisar a tendência das séries temporais das taxas de Internações por Pancreatite aguda.

Método

Trata-se de um estudo ecológico das séries temporais das Taxas de Internações por Pancreatite aguda na região Sudeste estratificados por sexo e por faixa-etária (FE), no período de 2010 a 2019. Foram estratificadas 4 FE: até 19 anos, 20 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Internações Hospitalares (SIH-SUS) e pelas estimativas de população da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Para a análise temporal foi utilizado o método de Prais-Winsten.

Resultados

Foram analisadas 155102 internações, sendo 89746 referentes ao sexo masculino e 65356 ao sexo feminino. A FE com maior números de internações foi a de 40 a 59 anos com 62991 internações e a FE com menor número foi a de até 19 anos com 4466 internações. A taxa de internação média geral foi de 18,15 internações/100.000 habitantes. As maiores taxas de Internações são do sexo masculino com taxa média de 21,35 internações/100.000 habitantes. O sexo feminino tem taxa média de 15,04 internações/100.000 habitantes. A FE com maior taxa de internação foi a de 60 anos ou mais com taxa média de 39,14 internações/100.000 habitantes. A tendência das taxas de internações gerais por Pancreatite aguda foi crescente (b=0,007;p=0,002). A tendência das taxas de internações do sexo masculino foi estacionária (b>0;p=0,885) enquanto que a tendência feminina foi crescente(b=0,175;p=0,001). Em relação às FE, as faixas de até 19 anos e de 20ª 39 anos tiveram tendência crescente, tendo b<0 e p-valor<0,05, enquanto que as faixas de 30 a 59 anos e de 60 anos ou + tiveram tendência estacionária, tendo p>0,05.

Conclusões

O estudo evidenciou aumento do número de casos em idades mais avançadas, compatíveis com a maior incidência de fatores de risco predisponentes, sobretudo a litíase biliar e o alcoolismo, nesse grupo de pacientes. As maiores taxas de internações e casos no sexo masculino sugere que a maior parte desses casos teria etiologia alcoólica, visto que a etiologia biliar é mais frequente em mulheres. As tendências crescentes ou estacionárias em perfis com altas taxas de internações podem ser decorrente dos avanços na acurácia dos métodos diagnóstico e prevalência dos fatores de risco citados. Novos estudos podem ser feitos a fim de avaliar essas associações.

Palavras Chave

Pancreatite Aguda, Epidemiologia, Internações, Região Sudeste