Título

ESTUDO DESCRITIVO DAS QUEIMADURAS OCORRIDAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS ENTRE 2015 E 2020

Objetivo

O presente estudo teve como objetivo caracterizar os quadros de queimaduras em pacientes submetidos à internação hospitalar ocorridos no estado de Minas Gerais, no período entre janeiro de 2015 e maio de 2020. Este justifica-se devido às queimaduras serem eventos traumáticos, que podem comprometer a saúde do indivíduo. Ainda, podem ser incapacitantes e representar risco à vida do paciente de acordo com o grau e a extensão, além de trazer danos psicossociais, uma vez que podem afetar a autoimagem e a relação com seu meio social.

Método

Foi conduzido um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo de dados acerca das variáveis sexo e idade, relativos às internações e óbitos por quadros de queimaduras ocorridos no estado de Minas Gerais, entre janeiro de 2015 e maio de 2020. Os dados foram provenientes do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e analisados no software Microsoft Excel.

Resultados

No período referido, ocorreram 13.224 internações por queimaduras no estado de Minas Gerais. Dessas, 61,52% (n=8135) ocorreram em pacientes do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 1 a 4 anos de idade (n=2074; 15,68%), enquanto a menos frequente foi a de 75 a 79 anos (n=177; 1,34%). Em 2015, ocorreram 2.213 casos de internações por queimadura, com aumento para 2.631 casos em 2019, significando um crescimento de 18,89%. Nos cinco anos de análise, o estado registrou 417 óbitos por queimaduras, predominantemente entre indivíduos do sexo masculino (n=264; 63,31%) e faixa etária de 35 a 39 anos (n=45; 10,79%). Em uma perspectiva temporal, registraram-se 74 óbitos por queimaduras em 2015, e em 2019, foram 82: aumento de 10,81% no número de óbitos. Em todo o Brasil, no período total analisado, ocorreram 137.925 internações e 3.776 óbitos por queimaduras, sendo Minas Gerais responsável por 9,59% dessas internações e 11,04% de tais óbitos. Em relação às internações, no âmbito nacional, o sexo preponderantemente afetado também foi o masculino (n=87064; 63,12%), e a faixa etária com maior frequência absoluta foi de 1 a 4 anos (n= 24593; 17,83%). Além disso, os dados também convergem em relação ao número de óbitos, os quais ocorrem mais no sexo masculino (n= 2387; 63,22%) e na idade entre 35 a 39 anos (n=331; 8,77%).

Conclusões

Infere-se, portanto, uma concordância entre os perfis de pacientes internados (sexo masculino, 1 a 4 anos) e de pacientes que evoluíram a óbito (sexo masculino, 35 a 39 anos) em decorrência de queimaduras tanto em Minas Gerais quanto no Brasil. Constatou-se, ainda, que a faixa etária com maior número de internações por queimadura (1-4 anos) difere da idade com óbitos mais frequentes (35-39 anos) para o estado e para o país. Por fim, nota-se um crescimento nas hospitalizações e nos óbitos por queimaduras em Minas Gerais para o período.

Palavras Chave

Trauma; Hospitalizações; Óbitos; Sistema de Informações Hospitalares; Epidemiologia