Título

RELATO DE CASO: INFECÇAO PELO NOVO CORONAVIRUS DURANTE O PERIOPERATORIO DE ESOFAGECTOMIA MINIMAMENTE INVASIVA

Introdução

A COVID-19 está relacionada a ocorrência de síndrome respiratória aguda grave, com altas taxas de transmissibilidade. No Brasil, após o relato do primeiro caso no final de Fevereiro de 2020, diversas condutas no manejo de pacientes têm sido adaptadas, principalmente em pacientes oncológicos. A esofagectomia é uma cirurgia complexa com altas taxas de morbidade, principalmente complicações respiratórias; portanto com risco elevados no atual contexto de pandemia.

Relato de Caso

Relatamos o tratamento de um paciente com adenocarcinoma de transição esofagogástrica de 34 anos, portador de síndrome de Lynch, com estadiamento clínico cT3N0, submetido ao tratamento neoadjuvante aos moldes do CROSS trial. Paciente foi submetido a esofagectomia subtotal com gastrectomia proximal e linfadenectomia D2 por tóraco-laparoscopia (ypT2N1). No sexto pós-operatório apresentou febre, feito tomografia que observou atelectasia em base bilateral e no nono pós-operatório apresentou novamente febre e dispneia. Feito o RT-PCR e diagnosticado com COVID-19. A Dispneia tornou-se progressiva necessitando de cateter de alto fluxo e posteriormente ventilação não invasiva com pressão positiva. Paciente evoluiu com 23 dias de internação, sem a necessidade de intubação oro-traqueal.

Discussão

1- O manejo da esofagectomia com a COVID-19 apresenta um desafio ainda maior, uma vez que o acometimento pulmonar pode levar a necessidades de ventilação não invasiva e, consequentemente, aumento do risco de fístulas.
2- Pela sua elevada incidência, a COVID-19 deve ser investigada num contexto de febre em pós operatório.
3- Essa associação (infecção pelo novo coronavírus e perioperatório) eleva o tempo de internação hospitalar.
4- Medidas para postergar o tratamento cirúrgico dos pacientes com neoplasias do esôfago devem ser discutidas.

Palavras Chave

Esofagectomia, Cirurgia do Esôfago, Adenocarcinoma do Esôfago, COVID-19