Dados do Trabalho


Título

FATORES ASSOCIADOS A APENDICITE AGUDA EM PACIENTES PEDIATRICOS NO ESTADO DE RORAIMA

Objetivo

Identificar os principais fatores associados à evolução clínica da apendicite aguda em crianças no estado de Roraima, de maneira a facilitar o diagnóstico e propiciar uma adequada condução.

Método

Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Roraima, com número de parecer 3.177.562. Foram analisados 155 prontuários de pacientes pediátricos submetidos à apendicectomia no Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista - RR, no período de 08/2016 a 12/2018. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, gênero, sinais e sintomas, exames laboratoriais e de imagem, complicações no pós-operatório, intervalo de tempo entre admissão e cirurgia, e duração da internação. Tais dados foram tabulados no Microsoft Excel e analisados no programa BioEstat.

Resultados

Dos 155 prontuários, 103 (66,4%) eram de pacientes do gênero masculino, e 52 (33,6%) do feminino. O intervalo de idade mais prevalente foi de 8 a 10 anos incompletos (25,8%) do total, sendo também a faixa etária mais comum no gênero masculino (30% dos 103), enquanto no gênero feminino a faixa etária principal foi de 10 a 12 anos completos, com 34,6% das 52. Em relação às manifestações clínicas, as 3 mais frequentes foram febre (72,9%), vômitos (70,3%) e dor em FID (67,7%). Entre os exames complementares, os laboratoriais sanguíneos foram os principais, realizados em 96% dos pacientes, dos quais as alterações mais comuns foram leucocitose (81,9%) e elevação do PCR (50,3%). Além disso, foi solicitado EAS para 75,5% dos pacientes, sendo 38,4% alterados. Dos exames de imagem, o mais frequente foi a radiografia de abdome, realizada em 79,3% dos indivíduos, no entanto, 95,1% não acompanhavam laudo, e apenas 3,2% estavam comprovadamente alterados. A USG de abdome foi solicitada para 34,8% dos pacientes e confirmou apendicite em 53,6% deles, apesar de 17,8% não apresentarem laudo. Ainda, 12,1% foram submetidos à TC de abdome, com apenas 50% confirmando o diagnóstico. Foram encontradas complicações no pós-operatório em apenas 16,1% dos pacientes, sendo as mais frequentes infecção de ferida operatória (24%) e coleção intra-abdominal (12%). O intervalo de tempo entre a admissão e a apendicectomia foi inferior a 1 dia em 60,1% das crianças, 1 dia para 28,3% e 2 a 5 dias para os 11,6% restantes. A duração da internação foi de 1 a 5 dias para a maior parte dos pacientes (73,5%).

Conclusões

Os achados encontrados no presente estudo foram, de maneira geral, semelhantes à literatura desenvolvida acerca do tema, levando em consideração as diversas variáveis inclusas. Dessa forma, apesar da incidência em crianças menores ser menor do que nas maiores, a apendicite aguda é um diagnóstico que deve ser suspeitado em todas as faixas etárias, devendo ser acompanhado de anamnese e exame físico minuciosos. Além disso, para evitar atrasos diagnósticos e consequentemente, possíveis complicações, solicitar exame de imagem pode ser uma conduta pertinente para crianças pequenas.

Palavras Chave

Apendicite aguda, crianças, apendicectomia

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Mirtes Okawa Essashika do Nascimento, Blenda Avelino Garcia, Antônio Carlos Sansevero Martins, Thayná Maria Medeiros Comoti Vitá, Tariana Lucena dos Santos, Ildson Vinicius Lima de Melo