Dados do Trabalho


Título

Perfil Epidemiológico do Trauma Cranioencefálico na Bahia no período de 2010 a 2020

Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico do Trauma Cranioencefálico na Bahia entre 2010 e 2020.

Método

Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, com dados secundários publicados pelo Ministério da Saúde por meio do DATASUS e extraídos do Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Foi selecionado um período de 10 anos (entre maio de 2010 e maio de 2020), no estado da Bahia. Os dados compreenderam o serviço público e privado e os casos registrados como CID 10 – S06 (Traumatismo intracraniano), além do caráter de urgência. As variáveis analisadas nesse estudo foram: a faixa etária, número de internações, municípios, sexo, valor total dos serviços de saúde, tempo médio de permanência na unidade hospitalar, óbitos e taxa de mortalidade. Além disso, em relação aos óbitos, ainda foi especificada a faixa etária, o sexo e a taxa de mortalidade. Os dados foram formatados em planilha no Microsoft Excel versão 2016 e transformados em banco de dados. As variáveis foram analisadas considerando-se os números absolutos e relativos através da sua distribuição percentual. Pela característica da base de dados, não foi necessária a submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

Foram identificados 64.540 casos e 5.687 óbitos (8,81%) na Bahia, havendo uma predominância do sexo masculino (78,44%) e entre a faixa etária de 20 a 39 anos (37,46%) para os internamentos. Quanto aos óbitos, observou-se um predomínio no sexo masculino (82,52%), sendo mais evidenciado na população baiana entre 20 e 29 anos (17,85%), contudo a maior taxa de mortalidade foi referente aos idosos com idade igual ou superior a 80 anos (19,01%). A média de tempo de internamento foi 6,6 dias, sendo maior na faixa etária entre 40-49 anos e 70-79 anos (7,4 dias) e menor na faixa entre 1-4 anos (3,6 dias). Em relação aos custos, o valor total de destaque esteve na faixa entre 20 e 29 anos, sendo de R$ 18.813.261,00. Os municípios com maiores taxas de internações foram Salvador, com 11.237 (17,41%), Feira de Santana com 2.888 (4,47%) e Vitória da Conquista com 2.132 (3,30%). Todavia, a maior taxa de mortalidade foi observada em Cravolândia com 28,57%.

Conclusões

O estudo revelou que os traumas cranioencefálicos no estado da Bahia entre maio de 2010 e maio de 2020 estão em concordância com a literatura contemporânea e atingem principalmente a população entre os 20 e 40 anos do sexo masculino, sendo sua taxa de mortalidade maior em pacientes idosos, especialmente acima dos 80 anos. Ademais, esses traumatismos apresentam maior prevalência nas cidades mais populosas e urbanizadas, como Salvador, enquanto aquelas com sistema de saúde menos desenvolvido sofrem de uma maior taxa de mortalidade, como o município de Cravolândia. Por último, nota-se que os traumatismos cranioencefálicos são muito dispendiosos, gerando altos gastos para o sistema de saúde do país, portanto, poderiam ser aplicadas mais estratégias de prevenção e conscientização, com o intuito de atenuar o número de atingidos.

Palavras Chave

Trauma Cranioencefálico; Perfil Epidemiológico; Bahia.

Área

TRAUMA

Instituições

EBMSP - Bahia - Brasil

Autores

Giovanni Rocha, Thaís Barreto, Maria Luiza Martins, Victor Ting Wei Kuo, Gabriela Coutinho, Brenda Sanches, Tauá Vieira Bahia