Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM HERNIA VENTRAL TRAUMATICA: SERIE DE CASOS E REVISAO DA LITERATURA;
Introdução
As hérnias ventrais traumáticas são extremamente incomuns com pouquíssimos casos descritos na literatura, assim surge a necessidade de relatar casos do tipo. A maioria ocorre por traumas contusos. Representam 1% dos traumas contusos e 86% são lombares.
Relato de Caso
S.B.J, feminino, 49 anos, IMC: 27,1 kg/m2, ASA 2, admitida no serviço de parede abdominal com hérnia de flanco direito há 7 meses, TC constatou anel de 11.3 cm, volumosa, com perda de domicílio. O mecanismo do trauma foi trauma contuso após acidente de auto. A.L.S, masculino, 32 anos, IMC: 24,9 kg/m2, ASA I, apresentava hérnia traumática birrecidivada, em região de flanco direito, devido acidente de moto. TC mostrava defeito de 8,8 cm com evolução de 36 meses. Foi submetido a correção com técnica de separação de componentes posterior (TAR), reforço com tela polipropileno. Obteve alta no 4 DPO, sem intercorrências. Encontra-se no X mês, sem recidivas. R.S, feminino, 40 anos, IMC: 26,2 kg/m2, ASA I com hérnia traumática recidivada em região de flanco/lombar esquerda, devido trauma contuso em acidente de carro. TC evidenciava anel herniário de 9 cm, com evolução de 24 meses. Corrigido por técnica híbrida, fechamento do defeito e redução do conteúdo por vídeo e complementado por correção aberta com tela retromuscular. Encontra-se no 18 mês, sem recidiva no período.
Discussão
Os três pacientes recebidos foram com hérnias em flanco, apesar de serem mais comuns na região lombar, sendo as três vítimas de trauma contuso em concordância com a prevalência na literatura. As etiologias mais encontradas de hérnia nessa região segundo Bender et al, 2008 são incisional, traumática ou congênita. O manejo pré-operatório dos pacientes é o mesmo que para hérnias ventrais segundo Liang MK, et al 2017 e inclui tomografia abdominal e pélvica. Como técnica de reparo foi sugerido que a técnica laparoscópica está associada com menor risco de infecção, dor, morbidade e recorrência em comparação com a técnica aberta, de acordo com Edward C. et al, 2009, no entanto apresentam maior risco de lesão visceral por mobilização do cólon. Enquanto, não há um consenso para a técnica cirúrgica, o uso de tela é unânime na literatura D. J. Zhoun et al, 2017, porém não há consenso do tipo de tela ideal com relatos de uso de telas sintéticas e biológicas. O posicionamento onlay, sublay e underlay foi descrito na literatura sem chegar a um consenso. As técnicas onlay e sublay usam uma abordagem cirúrgica aberta, enquanto a técnica underlay pode ser realizada aberta ou laparoscopicamente. A literatura apresentou associação entre a deambulação precoce, e um menor tempo de internação, além de menor complicações locais pós operatórias. A taxa média de recorrência foi de 7,4% e a média ponderada de dor crônica pós-cirúrgica de 11% D.J. Zhoun et al, 2017.
Palavras Chave
Hérnia ventral traumática, hérnia de flanco, hérnia incisional, trauma contuso, técnica aberta, laparoscopia, tela cirúrgica, tela sintética, tela biológica, posicionamento de tela, onlay, sublay, underlay, recidivas, dor crônica.
Área
HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL
Instituições
escola bahiana de medicina e saúde pública - Bahia - Brasil
Autores
Victor Rivera Barretto, Leonardo cunha, Matheus Campos souza, Anderson Cançado, Luiz Viana