Título

RECONSTRUÇAO POR DABLIOPLASTIA EM SINDROME DE STREETER: RELATO DE CASO

Introdução

A síndrome de Streeter ou Síndrome da Banda de Constrição Amniótica é uma anomalia congênita rara, não hereditária, com uma incidência de 1:1.200 a 1:15.000 nascidos vivos, podendo levar a graves deformações e até mesmo ao aborto espontâneo do feto. O acometimento aparece principalmente na forma de anéis simples em extremidades, como dedos, braços e pernas, porém, pode causar grandes deformidades e levar até a amputações.
O seu tratamento é relativo à gravidade do caso e apesar de diagnóstico complicado, em alguns casos pode ser feito até mesmo intraútero. As técnicas cirúrgicas mais utilizadas no tratamento das bandas de constrição amnióticas são a zetaplastia e a dablioplastia para disponibilizar pele e subcutâneo.

Relato de Caso

Paciente do sexo feminino, 18 dias de vida, portadora de síndrome de Streeter, nascida a termo, parto cesáreo, peso e estatura adequados para idade gestação, sem outras comorbidades. Apresentou banda de constrição amniótica em parte distal de perna direita, leve prejuízo do retorno venoso com edema de pé direito, sem deformidades, sendo classificada de acordo com Patterson como tipo 1. Foi operada pela equipe de cirurgia Plástica do Hospital de Base de Porto Velho – RO. Paciente submetida a anestesia geral, realizou ressecção de toda a cinta até a aponeurose e, então, realizou o fechamento da ferida com dablioplastia. Não houve intercorrências no pós-operatório e a neonata apresentou boa evolução.

Discussão

A síndrome de banda amniótica é uma afecção descrita por Streeter em 1930 (apud Costa et al.), as possibilidades de tratamento cirúrgico alteram de acordo com o acometimento gerado pela banda amniótica e pode ir desde simples ressecções até amputações de membros.
A técnica de dabliopastia ainda é pouco utilizada , principalmente pelo fato de pouca experiência do cirurgião, mesmo a literatura apresentando a técnica como ótima opção. O estudo de Claro et al. descreveu a utilização da dabliopastia em um paciente de 3 anos com banda amniótica em coxa, que apresentou boa evolução clínica, indo em conformidade com o presente estudo.
Um dos estudos mais relevantes na área foi o de Pardini et al. que acompanhou 10 pacientes que apresentaram síndrome de streeter em membros superiores por 20 anos, realizaram apenas zetaplastia por não apresentar experiência com dablioplastia e perceberam que houve uma maior incidência em crianças de etnia branca e discreta predominância no sexo masculino 2:1.
Outro estudo realizado no Brasil foi o de Costa el al. o qual avaliou 16 casos que foram operados em um período de 8 anos, sendo cinco de membros inferiores e oito de membros inferiores, observaram lesões associadas como: pseudoatrose de tíbia, pé equino, sindactilia, braquidactilia, entre outras. Demonstrou que o tratamento varia de acordo com a afecção desde ressecções de banda amnióticas a técnicas de reconstrução.

Palavras Chave

Anormalidades congênitas, síndrome de banda amniótica, cirurgia plástica