Dados do Trabalho
Título
ANASTOMOSE COLORRETAL BAIXA - UM RELATO DE CASO
Introdução
O câncer colorretal é a terceira maior causa de neoplasia no mundo. O tratamento cirúrgico é o principal tratamento curativo para esta neoplasia. O tratamento pode ser realizado de duas formas principais: a ressecção completa do tumor com realização anastomose primária ou com confecção de colostomia e reconstrução do trânsito em segundo tempo. A reconstrução intestinal utilizando a técnica de Mandache modificada é uma alternativa para facilitar a técnica operatória em anastomoses retais baixas, afim de evitar complicações decorrente deste procedimento. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clinico-cirúrgico de um paciente submetido a técnica de Mandache devido as dificuldades técnicas com a sutura mecânica.
Relato de Caso
Paciente sexo masculino, 65 anos, afrodescendente, procedente da cidade de Guarulhos. Admitido no serviço de cirurgia geral em 2018 com quadro de sangramento anal e perda de peso de 10% em 6 meses e diagnosticado com tumor de retossigmóide sem evidência de metástase à distância em exames de imagem complementares. Submetido a retossigmoidectomia com confecção de colostomia em flanco esquerdo e sepultamento de reto.
Após o acompanhamento oncológico clinico por um ano retornou a este serviço para reconstrução de trânsito intestinal.
Em 2019 foi submetido a intervenção cirúrgica, onde evidenciou-se um coto retal na altura do promontório sacral aderido aos planos anteriores, optou-se por anastomose através de sutura mecânica (grampeador circular).
Durante o procedimento de anastomose a sutura mecânica sofreu avaria durante o ajuste na região posterior do reto. Ocorrendo uma ressecção importante do coto retal, inviabilizando o procedimento através de sutura mecânica ou manual.
Optou-se por reconstrução de trânsito através da técnica de Mandache modificada, liberando inicialmente o colón esquerdo até ângulo esplênico, com abaixamento do colón por via intrarretal até a sua exteriorização por via anal, sepultando-a no retroperitônio.
Após 3 semanas, submetido eletivamente para o segundo tempo da cirurgia, apresentando coto de colón esquerdo exteriorizado à altura da margem anal de aspecto fibrótico e com boa vascularização local. Realizado exérese da porção exteriorizada a altura da linha pectínea, sem abordagem abdominal. Paciente evolui com bom controle esfincteriano sem complicações no pós-operatório recebendo alta após 5 dias.
Discussão
O caso clinico retrata duas das indicações descritas como impedimento para outros tipos de anastomose, a reoperação com intensa aderência do reto residual na pelve, e coto residual muito baixo, no caso em questão, devido à avaria da sutura mecânica no momento da anastamose colorretal9.
Sendo a técnica modifica de Mandache para reconstrução de trânsito em anastomoses colorretais baixas uma alternativa para driblar a dificuldade anatômica enfrentada para a realização de anastomoses mecânicas, sutura dupla ou outros 11.
Palavras Chave
Neoplasia colorretal, terapia operatória, reabilitação, anastomose cirúrgica.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
COMPLEXO HOSPITALAR PADRE BENTO DE GUARULHOS - São Paulo - Brasil
Autores
RAQUEL CAROLINE ANDRADE PAIVA, MARIANI CORREA MENDES, PAULA MARIA LISBOA BORSATTI, RICARDO GOMES CAMACHO, MARCO ANTONIO PEREIRA MARIANO, GETULIO SOITI OBARA