Dados do Trabalho

Título

TIQ final: qual o limite? A apresentação de um caso de 150 minutos

Introdução

O transplante renal é um grande avanço no cuidado de pacientes portadores de doenças renais e pesquisas sobre esse tema surgem com o objetivo de aumentar a sobrevida do enxerto. Estudos que analisam o tempo de isquemia quente (TIQ), período entre a parada da circulação sanguínea do doador e o início da perfusão com a solução de preservação resfriada, são preponderantes uma vez que tempos mais longos de isquemia quente estão associados a maior permanência hospitalar e menor sobrevida.

Material e Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo relato de caso cujas informações foram obtidas a partir da revisão de prontuário e de imagens.

Resultados

Paciente, feminino, 43 anos, portadora de insuficiência renal crônica - etiologia não determinada - há 22 anos. Realizou o primeiro transplante renal de doador vivo relacionado - irmã em 1999, o enxerto teve duração de mais de 10 anos, evoluindo com rejeição em 2009. Retornou, assim, para hemodiálise. Em 2019, realizou o segundo transplante renal de doador vivo não relacionado – marido, o TIQ foi de 150 minutos, o implante foi instituído com 3 artérias e 2 veias, evoluindo com isquemia de polo renal inferior. Após 24 dias, foi realizada a biópsia renal que demonstrou necrose tubular aguda, negativo para CD4 e negativo para imunoativação celular. Ocorreu recuperação da função renal, sem necessidade de terapia dialítica posteriormente.

Discussão e Conclusões

Apesar da literatura médica trazer o TIQ prolongado como marcador de prováveis intercorrências com o enxerto, o caso demonstrou uma linha tênue entre um TIQ prolongado e um prognóstico ruim, haja vista que a paciente obteve melhora da função renal mesmo com mais de duas horas de TIQ. Logo, não se pode mensurar diretamente falha do transplante renal com o TIQ.

Palavras Chave

Transplante de rim, rejeição de enxerto, isquemia quente