Dados do Trabalho

Título

Transplante hepático em um hospital universitário no Brasil – 27 anos de história

Introdução

O transplante hepático é o tratamento de escolha para pacientes com hepatopatia avançada e casos selecionados de insuficiência hepáica aguda grave. As principias indicações são hepatite C crônica e etilismo, mas há um notável aumento na doença hepática gordurosa não alcoólica nos últimos anos. Além do benefício da sobrevida, há melhoria na qualidade de vida. O Brasil ocupa a segunda posição mundial em número absoluto de transplantes hepáticos realizados por ano. O objetido do estudo é descrever as características clínicas e epidemiológicas transplantados durante 27 anos, em um hospital tercário.

Material e Método

Estudo coorte retrospectivo com coleta de dados em prontuários médicos, avaliando dados epidemiológicos (idade, gênero, indicação de transplante), escore MELD, tipo sanguíneo, taxa de retransplante e sobrevida.

Resultados

Foram transplantados 877 pacientes entre 1992 a 2019, com uma média de idade de 50 anos. O gênero masculino foi majoritário (70%), com média de idade pouco maior que o feminino (51vs47). As principais indicações foram infecção pelo vírus C (47%), etilismo (15%), doenças autoimunes e colestáticas (10%). Foram transplantados por carcinoma hepatoceluar 293 pacientes (33%). O escore MELD pré transplante foi maior que 15 em 69% dos casos, com mediana de 18, sendo semelhante entre os gêneros. Os tipos sanguíneos mais comuns foram O (43%), A (41%), B (12%) e AB (4%); sendo a madiana do MELD 19 no grupo A e 18 nos demais. A taxa de retransplante foi de 7% e reretransplante de 1%. A sobrevida em 1 ano foi de 58%.

Discussão e Conclusões

Em 27 anos de história foram realizados quase 1000 transplantes, sendo a maioria em homens na sexta década de vida, tendo como principal indicação infecção pelo vírus C, consolidando esse hospital como um grande centro transplantador do país.

Palavras Chave

Transplante hepático
Cirrose
MELD