Dados do Trabalho

Título

Relato de caso de interação medicamentosa

Introdução

Paciente transplantado necessita de imunossupressão. O tacrolimo é metabolizado pelo sistema citocromo P450 podendo ter interações medicamentosas.

Material e Método

Revisão de prontuário

Resultados

Paciente masculino, 49 anos, transplantado renal doador falecido há 6 meses. Diagnosticado etiologia pós renal por compressão de ureter por linfocele e etiologia vascular com estenose da artéria renal. Submetido à implante de duplo jota ureteral e angioplastia. Evoluiu agudamente com adinamia, hiporexia, tosse seca e febre alta continua. Tomografia de tórax com lesão hiperdensa cavitada com vidro fosco ao redor em ápice pulmonar direito, efeito hipótese de histoplasmose, iniciado anfotericina B complexo lipídico. Apresentou melhora da febre, porém persistiu com os demais sintomas e piora rápida da função renal (creatinina 2,5 mg/dl para 7,6 mg/dL em 4 dias). Iniciado hemodiálise e substituído a anfo B por Voriconazol. Após 72 horas, o paciente teve piora clínica súbita e a Caspofungina foi associada ao tratamento. Nível sérico do tacrolimo de 12 mg/dl basal antes do voriconazol subiu após 2 dias para o valor de 34 mg/dl. Tacrolimo e micofenolato suspensos. Broncoscopia com lavado bronquioaveolar demonstrou BAAR 3+ e genexpert + e angio TC de tórax com padrão miliar em parênquima pulmonar. Antifúngicos suspensos e iniciou-se esquema RHZE. O nível de tacrolimo atingiu nível não imunossupressor após 7 dias de suspensão. Paciente evoluiu com melhora clínica importante e em planejamento de reiniciar imunossupressores.

Discussão e Conclusões

Conclui-se que a interação entre tacrolimo e voriconazol se dá de forma rápida pela inibição do metabolismo do tacrolimo, alertando o clínico a reduzir a dose imediatamente e dosar precocemente, minimizando o risco de toxicidade pelo tacrolimo.

Palavras Chave

Interação medicamentosa; Voriconazol; Tacrolimo.