Dados do Trabalho

Título

Custo da Linha de Cuidado no Primeiro Ano de Seguimento do Transplante Cardíaco: Análise de Microcusteio.

Introdução

O transplante cardíaco é um procedimento de alto custo, e seu sucesso no primeiro ano depende em parte do estrito controle ambulatorial. Inexistem dados nacionais que explorem de forma detalhada o custo da linha de cuidado no primeiro ano pós-transplante e de seus componentes.

Material e Método

Coorte retrospectiva de pacientes consecutivos submetidos a transplante cardíaco pelo Sistema Único de Saúde entre jul/15 e jul/17. Foram estimados os custos totais desde o transplante até um ano após procedimento através de técnicas de microcusteio. Análises das correlações entre custos e características clínicas foram realizadas.

Resultados

Foram incluídos 23 pacientes consecutivos que completaram seguimento de um ano após transplante. A média do custo global do primeiro ano da linha de cuidado foi R$236.192,98; o menor e o maior custo foram R$ 84.405,04 e R$ 838.166,30, respectivamente. O custo da internação índice contribuiu com 66% do total da linha de cuidado no primeiro ano, enquanto o custo em reinternações representou 21%, e o custo ambulatorial (consultas, exames e procedimentos), 13%. As biópsias endomiocárdicas pós-transplante contribuíram com 55% do custo ambulatorial e 9% do custo da linha de cuidado. Episódios de rejeição não foram preditores de maior custo por paciente no primeiro ano após transplante.

Discussão e Conclusões

O custo da linha de cuidado do transplante cardíaco no Brasil é elevado. As biópsias endomiocárdicas, indispensáveis para adequada vigilância de rejeição, correspondem a grande parte do custo ambulatorial do primeiro ano. Estudos acurados dos componentes do custo são essenciais para subsidiar políticas de sustentabilidade visando a qualidade dos desfechos dos programas de transplante cardíaco no país.

Palavras Chave

Transplante cardíaco; microcusteio; análise de custo; linha de cuidado