Dados do Trabalho

Título

Eficácia da terapia preemptiva para prevenção de doença citomegálica no transplante renal com risco intermediário

Introdução

O citomegalovírus (CMV) ainda é o principal agente de infecção oportunista após o transplante. Este estudo avaliou a eficácia do monitoramento/terapia preemptiva (M/TP) para prevenção de doença pelo CMV numa população de risco intermediário.

Material e Método

Foram analisados 249 receptores de transplante (Tx) renal (RTR) adultos CMV IgG+ do HCFMUSP, ocorridos entre jan/16-jun/18, e que não receberam ATG como indução. Foram excluídos receptores de Tx conjugado ou que perderam o enxerto antes do 19o dia. A terapia preemptiva com valganciclovir era feita com antigenemia ≥4céls/3x105 neutrófilos, cuja coleta era semanal nos primeiros 100 dias do tx (programadas 12 coletas/paciente). Definimos aderência ao monitoramento como coleta de ≥50% das viremias programadas. Os dados foram comparados entre os grupos conforme a aderência.

Resultados

Os RTR tinham idade média de 47 anos (±14), 63% eram homens e 21% diabéticos; tempo mediano de diálise de 34 meses. 61% dos doadores eram falecidos e com KDRI mediano de 1,05; tempo de isquemia de 28h. 60% aderiram às coletas (mediana de 6 coletas/paciente). 47 (19%) fizeram terapia preemptiva; 32 (13%) tiveram doença CMV das quais 6 eram síndrome viral, 16 eram doença invasiva possível e 10 confirmadas (todas de trato gastrointestinal). Em 13/32 casos de doença a antigenemia prévia era <4céls.; em 12 casos houve falha de coleta e 6 ocorreram após o período de monitorização. Na análise múltipla por regressão logística controlada por tipo de doador e contagem de linfócitos no dia 30, a aderência à M/TP não se associou à menor ocorrência de doença pelo CMV.

Discussão e Conclusões

Essa ineficácia na prevenção pode ser atribuída à falha na pesquisa semanal de antigenemia e à baixa sensibilidade do exame.

Palavras Chave

CMV
citomegalovirus
transplante renal
terapia preemptiva
prevenção