Dados do Trabalho

Título

MÁQUINA DE PERFUSÃO PULSÁTIL COMPARADA À PRESERVAÇÃO ESTÁTICA: IMPACTO NA FUNÇÃO RETARDADA E SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL

Introdução

Existem dois métodos de preservação renal: a tradicional, estática (PE) ou com a máquina de perfusão pulsátil (MP). A MP reduz incidência de função retardada do enxerto (FRE), porém é uma tecnologia de alto custo e restrita a poucos centros. Nossos objetivos foram: avaliar incidência de FRE, TIF, tempo de permanência hospitalar, sobrevida do enxerto e paciente e função renal pelo CKD-EPI nos grupos de rins perfundidos em PE e MP.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectiva em centro único na cidade de Recife. Foram incluídos transplantes de doadores falecidos expandidos e padrão com TIF maior que 24 horas ou parada cardiorrespiratória prévia a doação ou creatinina final maior que 1,8mg/dL nos anos de 2015 a 2016.

Resultados

Amostra de 92 pacientes, 52 no grupo MP. A incidência de FRE foi 86,5% no grupo MP e 95% no grupo PE, p=0,29. Sem diferenças quanto duração de FRE e internamento hospitalar. O TIF no grupo MP foi 8,19 horas maior comparado a PE, p<0,01. O tempo em MP foi de 13,63 horas. A sobrevida renal e do paciente foram 90,4% e 94,2% no grupo MP x 87,5% e 95% nos pacientes PE, sem diferenças entre grupos. Ao final do primeiro ano 89,6% dos pacientes de MP tinham CKD-EPI maior que 30mL/min/ 1,73 m² e no grupo PE 66,7% (p=0,01). Na análise multivariada, rins preservados em PE e idade de doador estiveram relacionados a pior função renal ao final do primeiro ano.

Discussão e Conclusões

A incidência de FRE foi alta e sem diferenças estatísticas entre os grupos. Apesar de a MP aumentar o TIF não alterou a incidência de FRE. A sobrevida do paciente e do enxerto foi alta ao final do primeiro ano, sem diferenças entre os grupos. Foram associados a pior função renal ao final do primeiro ano: rins de doadores mais velhos e rins em preservação estática.

Palavras Chave

Função retardada do enxerto. Preservação de órgãos. Isquemia fria.