Dados do Trabalho

Título

Criptococose disseminada em paciente transplantada renal: relato de caso e considerações quanto ao manejo imunossupressor

Introdução

A criptococose é uma micose sistêmica, terceira causa de infecção fúngica invasiva no transplante de órgão sólido, com incidência média de infecção invasiva de 2,8%, sendo no transplante renal de 0,4 a 5,5%.

Material e Método

Revisão de prontuário e literatura

Resultados

R.V.V.S., 39 anos, feminino, transplante renal doador falecido em setembro de 2016. Após 10 meses apresentou tosse seca, cefaléia frontal, vômitos, dor à compressão de seio maxilar, sem sinais meníngeos. Internada para tratamento de sinusite bacteriana, TC crânio e seios da face evidenciou sinusopatia maxilar bilateral e esfenoidal. Após melhora inicial houve retorno dos sintomas, aparecimento de lesões nodulares em braços e pernas, profundas, não dolorosas, que evoluíram para púrpura, além de desorientação tempo-espacial intermitente. Realizada punção liquórica, com pressão de abertura 210mmH2O. Fungoscopia revelou estruturas sugestivas de Criptococos, confirmado em cultura. Recebeu tratamento com Anfotericina B por 4 semanas com melhora do quadro. Evoluiu com déficit neurológico focal, foi reinternada e iniciado Anfotericina B e Fluconazol. Estudo do líquor não demonstrou fungos, porém RNM de crânio apresentou imagens compatíveis com criptococomas. Foi suspenso o micofenolato mofetil e reduzida dose de tacrolimo. Após 6 semanas de tratamento recebeu alta assintomática, com função renal estável. Em seguimento ambulatorial há 18 meses recebendo fluconazol.

Discussão e Conclusões

Pacientes imunossuprimidos são susceptíveis a processos infecciosos causados por agentes pouco usuais em indivíduos imunocompetentes. Tais agentes, como o Cryptococcus spp, devem entrar no diagnóstico diferencial nesses pacientes. O manejo imunossupressor é essencial para o adequado tratamento destes doentes.

Palavras Chave

Tx renal / Criptococose disseminada / Imunossupressão