Dados do Trabalho

Título

Medicina de Transição em pacientes transplantados renais: experiência de um serviço

Introdução

Os avanços da medicina possibilitam que crianças com doenças crônicas sobrevivam na vida adulta. Constata-se que ao menos 3% dos adultos com insuficiência renal encontram-se nessa situação e que no período de transferência eleva-se de 2 a 5 vezes o risco de perda do enxerto renal

Material e Método

O objetivo do trabalho é identificar os elementos que participam da elevação do risco no período de transição, avaliar a influência da autogestão da saúde e refletir as medidas cabíveis para redução do risco. Foram analisados retrospectivamente prontuários médicos do período de janeiro de 2007 a março de 2019 de pacientes submetidos a transplante renal em um hospital pediátrico e transferidos para serviço de adulto

Resultados

Foram transferidos 58 jovens com idade de 19,3±1,5 anos sendo 55% do sexo masculino e 72% submetidos a transplante renal intervivo. Alterações congênitas do rim e vias urinárias corresponderam a 39% das etiologias. O tempo médio de transplante, na transferência, foi de 6,7±3,7 anos com uma mediana de clearance de creatinina de 81mL/min/m2 (16-133). Desses pacientes 13% perderam o seguimento, 20% o enxerto renal e 5% foram a óbito. Em relação ao perfil psicossocial 31% dos pacientes não estudavam e/ou trabalhavam e apresentavam perfil depressivo e de baixa autoestima, perfil mais infantilizado principalmente na população masculina

Discussão e Conclusões

Conclui-se que os pacientes possuem patologias mais complexas, sequelas psicológicas e risco de má aderência medicamentosa. Importante o acompanhamento multidisciplinar e consultas frequentes. Há a necessidade de programas de transição do serviço pediátrico para a medicina do adulto e a colaboração entre os médicos envolvidos para garantir a continuidade dos cuidados, a autonomia e a qualidade de vida do desses pacientes

Palavras Chave

medicina de transição, transplante renal